O negociador russo Kirill Dmitriev esteve na Casa Branca pela primeira vez desde o início da guerra na Ucrânia, numa tentativa de avançar com um cessar-fogo. No entanto, as negociações estão bloqueadas devido a um novo acordo sobre a exploração de minérios ucranianos. O cenário agrava-se com a "guerra económica unilateral" declarada por Donald Trump, que impôs tarifas à importação de bens de praticamente todos os países, exceto um: a Rússia, como explica Manuel Poêjo Torres.
A Rússia exige alterações ao acordo de cessar-fogo, os EUA hesitam e a Ucrânia recusa assinar um documento que pode comprometer a sua adesão à União Europeia.
O cenário agrava-se com a guerra económica unilateral declarada por Donald Trump, que impôs tarifas à importação de bens de praticamente todos os países, exceto um: a Rússia.
“Trump evita uma guerra comercial com Moscovo porque os EUA dependem de minerais raros provenientes da Rússia para o seu arsenal militar. Mas, ao aproximar-se de Putin, o ex-presidente americano afasta-se dos seus aliados tradicionais".
A visita de Kirill Dmitriev à Casa Branca
“É o cabeça de cartaz de Putin para tentar chegar a um cessar-fogo, ou não, com os Estados Unidos e com a Ucrânia. No entanto, o impasse mantém-se. A Rússia diz que quer um cessar-fogo, mas não da forma como o acordo está redigido”.
O documento original permitia à Ucrânia vender os seus minérios tanto aos EUA como à União Europeia. Mas a versão atual impede a venda a países que sejam concorrentes diretos dos americanos.
“Isto inviabiliza o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia. Portanto, Zelensky não quer aceitar este novo acordo de minerais, até que seja alterado, e por não assinar este acordo de minerais, não há cessar-fogo fogo, e embora Dmitriev e Witkow conversem, está tudo dependente da posição dos Estados Unidos da América com a Ucrânia".
Enquanto isso, a guerra continua
“E enquanto nós discutimos estas minudências articulares, o senhor Putin continua a bombardear em massa cidades capitais como Kharkiv. Todos os dias, bombardeamentos em infraestruturas civis, alvos não militares, destruição de vida inocente, maior sofrimento humano".