Na última madrugada do ano, as sirenes voltaram a soar na capital ucraniana. Há relatos de explosões um pouco por toda a cidade de Kiev, e destroços de misseis e drones que as defesas antiaéreas da Ucrânia conseguiram interceptar.
Alguns destroços atingiram zonas residenciais, mas não há registo de vítimas. A 750 km da capital, o exército russo continua a avançar sobre Donetsk. Ao todo, no ano que agora termina, as forças russas ocuparam 4000 quilómetros quadrados de território ucraniano, o equivalente à área total do distrito de Coimbra. O país ocupado responde como pode.
No Mar Negro, junto à costa da Crimeia, a marinha ucraniana abateu um helicóptero russo com recurso a um drone naval, o Magura V5, desenvolvido para acções de vigilância, patrulhamento e combate.
Num conflito cada vez mais sofisticado, a fazer lembrar jogos de computador, o rosto cadavérico de Igor é o espelho do sofrimento de milhares de soldados que combatem na linha da frente.
É um dos 189 prisioneiros ucranianos que a Rússia trocou por 150 soldados russos mantidos em cativeiro desde o início da guerra.
Lágrimas de liberdade num conflito que entra agora no terceiro ano e que provocou já a morte de cerca de 150 mil soldados dos dois países.