O chefe de diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, defendeu esta segunda-feira que os 27 Estados-membros devem permitir que a Ucrânia utilize as armas fornecidas para atacar território russo - assim como os Estados Unidos da América autorizaram.
“Tenho dito repetidamente que a Ucrânia deve poder utilizar as armas que lhe fornecemos, não só para travar os ataques, mas também para poder atingir os atacantes.”
As declarações de Borrell foram feitas à entrada para um encontro entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, em Bruxelas.
O chefe da diplomacia europeia disse ainda esperar que haja acordo entre todos os Estados-membros.
“Continuo a acreditar que é isso que tem de ser feito, e estou certo de que será discutido mais uma vez. Espero que os Estados-membros concordem com isso”, afirmou.
No domingo, a imprensa norte-americana anunciou que o Presidente Joe Biden autorizou a Ucrânia a utilizar as armas de longo alcance (enviadas pelos Estados Unidos) para ataques contra território russo.
A Casa Branca ainda não confirmou a notícia, nem o Presidente ucraniano. “Estas coisas não são anunciadas. Os mísseis falarão por si próprios", disse apenas Volodymyr Zelensky.
Moscovo relembra avisos de Putin
Na reação, no domingo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo lembrou que o Presidente russo, Vladimir Putin, já tinha avisado o Ocidente sobre esta possibilidade.
Em setembro, Putin afirmou que se o Ocidente concordasse em autorizar ataques ao território da Rússia com os seus mísseis de longo alcance, isso mudaria a "essência" e a "natureza" do conflito na Ucrânia.
"Isso significará que os países da NATO, os Estados Unidos da América e os Estados europeus estarão em guerra com a Rússia", disse Putin a 13 de setembro.
Esta segunda-feira, a deputada russa Maria Butina disse que a administração Biden estava a arriscar uma Terceira Guerra Mundial com esta decisão: "Estes tipos, a administração Biden, estão a tentar escalar a situação ao máximo enquanto ainda têm poder."
"Tenho uma grande esperança que [Donald] Trump supere esta decisão, se for tomada, porque eles estão a arriscar seriamente o início da Terceira Guerra Mundial, o que não interessa a ninguém."