O comunicado final da Cimeira para a Paz na Ucrânia "reafirma a integridade territorial do país" e pede que "todas as partes" estejam envolvidas para se alcançar a paz.
O texto, citado pela agência France-Presse (AFP), foi apoiado pela grande maioria dos participantes e reafirma “os princípios da soberania, da independência e da integridade territorial de todos os Estados, incluindo a Ucrânia”, exige o regresso das crianças ucranianas levadas para a Rússia, denuncia a “militarização da segurança alimentar”.
Segundo avança a agência Reuters, não assinaram o comunicado final: Arábia Saudita, Índia, África do Sul, Tailândia, Indonésia, México e Emirados Árabes Unidos.
A Suíça, que acolheu a cimeira, disse que mais de 90 países participaram nas conversações e que a grande maioria deles assinou o comunicado, de acordo com uma lista que os organizadores suíços publicaram no final dos trabalhos.
Quatro países da CPLP apoiam comunicado final da Cimeira para a Paz
O comunicado final adotado na Cimeira para a Paz na Ucrânia, realizada no sábado e hoje na Suíça, foi apoiado por quatro Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), designadamente
Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste apoiam a declaração final da primeira Cimeira para a Paz.
Não participaram o Brasil - que decidiu não participar ativamente na conferência, tendo enviado apenas um observador, nem Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, que não se fizeram representar na Suíça, o mesmo sucedendo com a Guiné-Equatorial.
Portugal esteve representado ao mais alto nível, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, enquanto Cabo Verde e Timor-Leste se fizeram representar pelos primeiros-ministros Ulisses Correia e Silva e Xanana Gusmão, respetivamente, e a delegação de São Tomé e Príncipe foi encabeçada pelo chefe de diplomacia, Gareth Guadalupe.
As exigências de Putin para a paz
Na sexta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, prometeu ordenar imediatamente um cessar-fogo na Ucrânia e iniciar negociações se Kiev começasse a retirar as tropas das quatro regiões anexadas por Moscovo em 2022 e renunciasse aos planos de adesão à NATO.
Estas reivindicações constituem uma exigência de facto para a rendição da Ucrânia, cujo objetivo é manter a sua integridade territorial e soberania, mediante a saída de todas as tropas russas do seu território, além de Kiev pretender aderir à aliança militar.
As condições colocadas por Moscovo foram rejeitadas de imediato pela Ucrânia, Estados Unidos e NATO.
Cimeira para a Paz na Ucrânia termina hoje
O objetivo da conferência, organizada pela Confederação Suíça na sequência de um pedido nesse sentido do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é "inspirar um futuro processo de paz", tendo por base "os debates que tiveram lugar nos últimos meses, nomeadamente o plano de paz ucraniano e outras propostas de paz baseadas na Carta das Nações Unidas e nos princípios fundamentais do direito internacional".