Os drones que a Rússia usa para atacar a Ucrânia são construídos com componentes produzidos na Europa. A conclusão é de um relatório feito pelo governo ucraniano que já foi enviado aos países aliados. Ricardo Alexandre considera que essa revelação surpreendente “causou alguma surpresa pela dimensão dos números”, mas “não vai ter grandes consequências”. O comentador da SIC analisa ainda os últimos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia e as acusações da Rússia de envolvimento dos EUA e do Reino Unido no ataque à Crimeia
“Mais de três dezenas de componentes vindos dos países europeus encontrados em drones russos, as ideias essenciais deste relatório foram divulgadas junto de uma reunião do G7, das 7 economias mais industrializadas do mundo, prova, de alguma forma, a eficácia limitada das sanções, prova que os países sancionados, seja a Federação Russa, seja a República Islâmica do Irão, conseguem de algum modo encontrar formas alternativas de poder suprir as suas necessidades em termos de abastecimento, em termos de produção industrial e até em termos de produção industrial militar, como é o caso", , explica Ricardo Alexandre.
Rússia acusa Estados Unidos e Reino Unido de envolvimento no ataque à Crimeia
A Rússia acusou esta quinta-feira os Estados Unidos e o Reino Unido de instigar o último ataque à Crimeia. O comentador da SIC lembra que esta não é uma guerra direta dos Estados Unidos ou da NATO com a Rússia, mas sabe-se que há relações cada vez mais próximas entre as estruturas militares da Aliança Atlântica, como é o caso do Reino Unido e dos Estados Unidos, com a Ucrânia.
“Uma parte importante do material que permite às forças ucranianas desferir este tipo de ataque em material fornecido pelo Ocidente, nomeadamente pelos países que mais têm contribuído para o abastecimento bélico da Ucrânia. Portanto, Estados Unidos na primeiríssima linha, não é de estranhar que, obviamente, quando o Pentágono fornece material, também fornece ajuda em termos de informação. Ajuda em termos de satélites, de informação via satélite, etc. Então obviamente que a Ucrânia está a ser ajudada militarmente pelos Estados Unidos”.
"Só com isso é que os ucranianos se atrevem cada vez mais, diga-se a atingir território russo, alvos militares em território russo e a colocar a Crimeia como objetivo do qual não abdicam", refere o editor de Internacional da TSF.
Últimos desenvolvimentos da guerra
Ricardo Alexandre diz que, nos últimos dias, os bombardeamentos russos têm sido particularmente intensos em Kherson, no sul do país, e em Zaporíia, o que tem dificultado o desenvolvimento da contraofensiva ucraniana.
“As forças iraquianas têm tido alguma dificuldade em resistir e têm conseguido alguns avanços na região de Bakhmut, há imagens de satélite com com um par de dias que mostram forças ucranianas a avançar a Noroeste desta cidade”.
“É um avanço limitado, um avanço marginal, mas mostra como os ucranianos estão ainda empenhados em progredir na contraofensiva”, destaca Ricardo Alexandre.