O enviado do papa Francisco para mediar a guerra na Ucrânia, o cardeal italiano Matteo Zuppi, pediu, nesta quinta-feira, à China que "una esforços" para encontrar "caminhos que conduzam à paz", divulgou a Santa Sé.
O cardeal italiano manteve um encontro em Pequim sobre a Ucrânia com o representante do governo chinês para os assuntos eurasiáticos, Li Hui, apesar de o Vaticano e a China não manterem relações diplomáticas desde 1951.
A reunião decorreu num "ambiente aberto e cordial", segundo o comunicado na Santa Sé.
"Foi destacada a necessidade de unir forças para promover o diálogo e encontrar caminhos que conduzam à paz" após a invasão russa da Ucrânia, sublinhou o Vaticano na mesma nota.
O encontro em Pequim centrou-se "na guerra na Ucrânia e nas suas consequências dramáticas" e abordou também "o problema da segurança alimentar, com a esperança de que as exportações de cereais possam ser retomadas em breve, especialmente para os países mais vulneráveis", pode ler-se ainda.
A viagem de Zuppi à China termina esta sexta-feira.
Em maio, o papa argentino estabeleceu uma missão de paz para procurar iniciativas que "contribuam para reduzir as tensões no conflito na Ucrânia", confiando-a a este cardeal, renomado mediador e presidente da Conferência Episcopal Italiana.
Nos últimos meses, Zuppi viajou para a Ucrânia para se encontrar com o seu Presidente Volodymyr Zelensky e depois voou para Moscovo, onde foi recebido pelo líder da Federação Russa para assuntos de política externa, Yuri Ushakov, e pela comissária presidencial para os Direitos da Criança na Rússia, Maria Lvova-Belova.
Matteo Zuppi também manteve um encontro "positivo" com o influente Patriarca Russo Cirilo, sendo que, em 2016, Francisco foi o primeiro papa a encontrar-se com o líder da Igreja Ortodoxa Russa num milénio.
Em julho o emissário pontifício foi a Washington para se encontrar com o Presidente dos Estados Unidos Joe Biden o segundo chefe de Estado católico na história do país.
A China e a Cidade do Vaticano não mantêm relações diplomáticas oficiais desde 1951, na sequência da subida ao poder dos comunistas e da expulsão de padres estrangeiros.
A visita do cardeal a Pequim marca um progresso no degelo entre as partes.