Guerra Rússia-Ucrânia

Marcelo discursa em ucraniano nas comemorações do Dia da Independência

Presidente da República termina esta quinta-feira a visita de dois dias a Kiev. Nas cerimónias do Dia da Independência, o chefe de Estado discursou em ucraniano e salientou a relação entre Portugal e Ucrânia.

ANTONIO PEDRO SANTOS

SIC Notícias

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, termina esta quinta-feira a visita de dois dias a Kiev com um encontro com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, e a participação nas comemorações do Dia da Independência.

Nas cerimónias, Marcelo dirigiu-se em ucraniano ao homólogo Volodymyr Zelensky e aos militares para assegurar que Portugal vai apoiar sempre a independência do país que há ano e meio está a combater uma invasão russa.

O Presidente da República disse que o futuro de Kiev passa por uma adesão à União Europeia e à NATO e garantiu que a Ucrânia poderá contar com o apoio de Portugal.

"Parabéns, Ucrânia! Portugal estará, e está, sempre com a vossa independência. No passado – na condenação da intolerável invasão russa. No presente – no apoio, todo ele – à vossa legítima defesa, sem a qual não haveria, nem haverá, paz e segurança na Europa. No futuro – na União Europeia e na NATO. Um abraço para todo o corajoso e indomável Povo ucraniano. E um especial para os Vossos irmãos, e nossos irmãos, que vivem em Portugal! Viva a Ucrânia independente! Viva a fraternidade entre os Povos ucraniano e português!", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Para surpresa de todos os convidados, o chefe de Estado português fez a intervenção toda, de pouco mais de um minuto, em ucraniano, sendo várias vezes aplaudido.

Ainda para esta quinta-feira, o Presidente da República tem um encontro marcado com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, com quem já esteve na quarta-feira, durante a cimeira da Crimeia.

No primeiro dia da visita, Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se a algumas localidades nos arredores de Kiev que estiveram sob ocupação russa no início da invasão, há precisamente um ano e meio.

O Presidente da República reconheceu ter encontrado um país diferente daquele que o primeiro-ministro, António Costa, viu em maio de 2022, mas ainda pôde verificar as "cicatrizes" nas localidades temporariamente ocupadas pelas tropas russas à porta da capital.

Durante a tarde Marcelo participou na cimeira organizada pela "Plataforma da Crimeia" e considerou "um ruído" qualquer solução para o futuro da Ucrânia que não inclua a questão daquela península como parte do território do país - foi anexada pela Rússia em 2014.

A visita de Marcelo Rebelo de Sousa foi considerada "histórica" pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, por ser a segunda em 24 anos de um chefe de Estado português.

O chefe de Estado também entrou nas trincheiras para conhecer a realidade dos habitantes que se organizaram para repelir a invasão nos seus primeiros dias em Moshchun, localidade que foi dizimada e cuja reconstrução está ainda longe do fim. Só um outro Presidente fez o mesmo: Zelensky.

Últimas