A Ucrânia diz que está perto de conseguir um acordo com seguradoras globais para cobrir o funcionamento de navios de transporte de cereais. A informação é avançada pelo vice-ministro da Economia da Ucrânia ao jornal britânico Financial Times. O governante diz que o acordo está a ser negociado com bancos e com grupos internacionais de seguros, incluindo o Loyd's of London, mercado de referência na indústria global de seguros. Esta é a primeira notícia em destaque na análise desta segunda-feira do comentador da SIC, Germano Almeida, aos últimos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia.
“Serão certamente muito boas notícias, um sinal de força da Ucrânia depois na sessão muito difícil criada pela Rússia após 17 de julho, quando rompeu o acordo, não só quando rompeu o acordo, como também começou a bombardear cereais, a atacar portos, os portos de Odessa e também os portos fluviais do Danúbio, que poderiam ser rota alternativa. Claramente neste momento, não havendo uma rota alternativa segura e viável, a tentativa da Rússia foi de inviabilizar economicamente o escoamento dos cereais. A confirmar-se este acordo é Ucrânia mostrar que tem de facto essa capacidade de encontrar uma solução", começa por explicar Germano Almeida.
Ataque a Chernihiv
A intensificação dos bombardeamentos no sul da Ucrânia veio a par da suspensão da participação na Rússia da Iniciativa de Cereais do Mar Negro, mas também noutras regiões como em Chernihiv, no Norte, visada por um míssil no sábado que destruiu uma universidade e o teatro e fez pelo menos sete mortos, incluindo uma criança, além de dezenas de feridos.
"É mais um crime na russo na Ucrânia, já são muitos neste quase ano e meio, mas é um dos que ficará certamente para a história como um dos mais impressionantes e um dos mais criminosos. Forças russas dispararam esse míssil contra o teatro dramático de Chernihiv, faz um pouco lembrar o ataque criminoso ao teatro de Mariupol, nos primeiros meses de guerra", considera o comentador da SIC que acrescenta que o ataque prova que “a Rússia continua a não ter qualquer pejo em atacar alvos civis, centros de cidade e a criar este tipo de vítimas civis”.
Zelensky visita Dinamarca após anúncio de acordo sobre caças F-16
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou este domingo a Dinamarca, depois de ter passado pelos Países Baixos, onde saudou a decisão "histórica" dos dois países de entregar caças F-16 americanos a Kiev, após luz verde dos Estados Unidos.
“No total, são 42 caças para já, entre Países Baixos e Dinamarca, 19 dinamarqueses”, refere Germano Almeida, que alerta também para a questão do calendário: “Além destes caças, há também oito aviões de combate já enviados para a Ucrânia no próximo ano, outros cinco entregues em 2025 (…) “É preciso explicar que isto não tem ainda a ver com esta contraofensiva, porque os caças F-16 vão demorar a chegar nos próximos meses”.
Marcelo na Polónia com previsão de visita a Kiev
O Presidente da República inicia esta segunda-feira uma visita oficial de dois dias à Polónia, que inclui encontros com altas individualidades do país, entre as quais com o seu homólogo, Andrzej Duda, e com a comunidade portuguesa. Marcelo Rebelo de Sousa tem também a intenção de visitar a capital da Ucrânia esta semana.
“É um convite que o Presidente já enviou há bastante tempo. Entretanto, já foi primeiro-ministro António Costa e o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, falta então para completar isso [a visita de Marcelo]. Eu diria antes dessa confirmação, que concordo será bastante provável, muito do essencial da mensagem do Presidente da República Portuguesa já passou ontem na Polónia”, considera Germano Almeida.
O comentador da SIC sublinha os dois temas a que Marcelo deu destaque: “A condenação clara do ataque russo Chernihiv, que as próprias Nações Unidas consideram hediondo e, sobretudo, também ao facto dos F-16 estarem englobados no compromisso europeu de apoio à Ucrânia”.