Um jornalista russo da agência de notícias Ria Novosti, Rotislav Jouravlev, foi morto este sábado na região de Zaporijia, durante bombardeamentos ucranianos com armas de fragmentação, segundo um comunicado do exército russo.
"As unidades das forças armadas ucranianas lançaram um ataque de artilharia contra um grupo de jornalistas", indica o exército russo, acrescentando que o bombardeamento causou ferimentos em "quatro jornalistas com maior ou menor gravidade".
O mesmo comunicado, citado pela AFP, indica que "durante a evacuação, Rotislav Jouravlev (...) morreu em consequência dos ferimentos sofridos, na sequência da explosão de arma de fragmentação".
O estado dos outros três jornalistas é "estável", segundo o exército russo, segundo o qual estes "foram rapidamente retirados para instalações médicas" do Ministério da Defesa russo.
De acordo com a agência Ria Novosti, para quem o jornalista trabalhava, "o atentado ocorreu perto da aldeia de Pyatikhtky", no sul da região de Zaporijia.
A morte do jornalista foi também confirmada pelo governador regional de Moscovo, Yevgeny Balitsky, através da plataforma Telegram, onde expressou "as suas mais sinceras condolências à família e aos amigos".
Rússia alerta que culpados pela morte de jornalista vão receber a "merecida punição"
A Rússia alertou ainda este sábado que os responsáveis pela morte do correspondente de guerra, que trabalhava para a agência oficial Ria Novosti, receberão a "merecida punição".
"Os culpados da brutal retaliação contra o jornalista russo irão receber inevitavelmente uma punição bem merecida", disse Maria Zajárova, porta-voz dos Negócios Estrangeiros russos, em comunicado.
A diplomata sublinhou que "a responsabilidade é também partilhada por aqueles que forneceram bombas de fragmentação aos seus protegidos em Kiev" e defendeu que os jornalistas estavam a recolher material sobre os alegados ataques de tropas ucranianas contra várias cidades de Zaporijia com o uso de bombas de fragmentação, "arma proibida em muitos países".
O Ocidente "só mostra preocupação com a segurança dos jornalistas em palavras, quando na prática são patrocinadores de terroristas", insistiu.
O jornalista, que completou 34 anos esta semana, morreu devido aos ferimentos sofridos quando o carro em que viajava foi atacado em Zaporijia.
Também ficou ferido um fotógrafo, um operador de câmara e um outro jornalista, que receberam atendimento médico nos hospitais de campanha do Exército russo, segundo as autoridades russas.
EUA anunciaram envio de material de guerra
Os Estados Unidos anunciaram a 7 de julho o envio de bombas de fragmentação para a Ucrânia, apesar das críticas da Alemanha e de outros países, e ainda de organizações de direitos humanos, em particular devido aos impactos que podem provocar na população civil.
Na quinta-feira, Washington confirmou que este tipo munições já está a ser utilizado no campo de batalha, mas de forma "apropriada e efetiva".
A Rússia advertiu este mês que caso os Estados Unidos fornecessem bombas de fragmentação à Ucrânia, o seu Exército utilizaria "meios de destruição similares".