Guerra Rússia-Ucrânia

“Esta cimeira fica na História como uma grande vitória para a família Atlântica e para a defesa do continente europeu”

A análise do comentador da SIC Manuel Pôejo Torres à cimeira da NATO que decorre em Vilnius, nomeadamente o convite à Ucrânia e a entrada da Suécia, e as relações Turquia-Rússia.

SIC Notícias

Os países da NATO estão disponíveis para convidar a Ucrânia a aderir, mas só quando "as condições estiverem reunidas" e disponibilizam-se a apoiar todas as reformas necessárias.

Com a entrada da Suécia para a NATO “esta cimeira fica na História como uma grande vitória para a família Atlântica e para a defesa do continente europeu”, considera o comentador da SIC, Manuel Pôejo Torres.

No que diz respeito à Ucrânia, “ganha um estatuto de igual para com os seus parceiros aliados".

"A Ucrânia não é ainda parceiro membro, mas acaba por ganhar um estatuto de igualdade”, ou seja, “pode dialogar como igual com os membros aliados e pode convocar reuniões sempre que achar pertinente e necessário junto desta instituição, chamado Conselho NATO-Ucrânia”.

Manuel Pôejo Torres relembra: “Quem tinha também um estatuto de igualdade em conversações diretas com os membros aliados era a Rússia e esse estatuto foi ganho com a criação do Conselho NATO-Rússia, agora congelado desde a invasão da Crimeia”.

Zelensky diz que indecisão fomenta o terror russo

No último dia da cimeira da NATO, em Vílnius, o Presidente da Ucrânia reforçou a necessidade de garantir a segurança da Ucrânia no caminho para a adesão à NATO e elencou as prioridades da agenda nas discussões que terá com os restantes países da Aliança Atlântica.

“Zelensky é um político astuto e sabe que tem que pressionar forte de forma a atingir os seus objetivos e o objetivo de Zelensky neste momento é a concretizar, materializar a adesão da Ucrânia à NATO”.

Relações Turquia-Rússia

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu na segunda-feira à UE para acelerar o processo de adesão da Turquia, como condição para autorizar a entrada da Suécia na NATO, desbloqueando um complexo impasse na Aliança Atlântica. De seguida Moscovo veio avisar Ancara que ninguém na Europa quer ver a Turquia dentro da UE.

“Os dois líderes turco e russo são indivíduos que agem dentro de uma dinâmica de poderes de realpolitik. O que interessa é a relação de poder entre os Estados, mas Vladimir Putin reconhece que o seu homólogo turco é, primeiro que tudo, um aliado da NATO, não é um agente neutral”.

A Turquia é um grande consumidor de cultura russa, é um dos maiores destinos turísticos dos russos e é um dos maiores consumidores de gás russo na Europa e, portanto, "a Rússia precisa da Turquia. A Turquia pode ou não precisar da Rússia".

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