Guerra Rússia-Ucrânia

O que se passa na central nuclear de Zaporíjia? Rússia e Ucrânia trocam acusações

A Agência Internacional da Energia Atómica está a inspecionar a central nuclear de Zaporíjia, mas ainda não obteve autorização das forças russas que ocupam as instalações para aceder a todos os espaços.

SIC Notícias

Kiev denunciou um plano de sabotagem na central nuclear de Zaporijia. Moscovo devolveu a acusação e desde então instrumentaliza o fator medo gera para prosseguir com a intimidação e a chantagem.

A Agência Internacional da Energia Atómica (IAEA) está a inspecionar a central nuclear de Zaporíjia, mas ainda não obteve autorização das forças russas que ocupam as instalações para aceder a todos os espaços.

"Tem havido algumas limitações e agora estamos a ter progressos. Claro que alegam tratar-se de uma zona de guerra, o que não deixa de ser verdade, mas explicamos-lhes que, sem termos o acesso de que necessitamos, mal podemos explicar à comunidade internacional o que se passa. Eles dizem que estão a ser responsáveis, temos de ver. Há aqui alguma tensão", revela Rafael Grossi, diretor da agência.

O diretor da IAEA admite que os inspetores não tiveram acesso à cobertura dos reatores 3 e 4, precisamente onde Kiev suspeita que tenham sido colocadas minas ou explosivos.

Na quinta-feira, o chefe da inteligência militar da Ucrânia assegurava que a ameaça já tinha diminuído, deixando claro que “a ameaça não foi eliminada”.

“Todos juntos, conseguimos de alguma forma pelo menos adiar uma catástrofe tecnogénica”, afirmou Kyrylo Budanov.

Desde que foi ocupada pelas tropas de Moscovo, a central de Zaporíjia tem sido fonte de constante preocupação. Combates de artilharia nas imediações quase atingiram instalações críticas.

Ainda há zonas submersas em Kherson

Há um mês, o abastecimento de água para refrigeração dos reatores nucleares ficou comprometido com o rebentamento da barragem de Kakhovka e desconhece-se por quanto tempo está assegurado o processo de arrefecimento.

As inundações que resultaram do colapso da hidroelétrica mataram mais de 70 pessoas e tiveram efeitos devastadores que irão perdurar.

Um mês depois das inundações, na parte de Kherson controlada pelos russos, ainda há zonas submersas. As casas que foram atingidas apodrecem lentamente.

Os habitantes de em Hola Prystan, sobretudo idosos que fazem fila para receber água engarrafada e comida, têm que atravessar as águas estagnadas.

O aumento de casos de infecções gastrointestinais agudas terá levado as autoridades russas das zonas ocupadas a iniciar uma campanha de vacinação contra a cólera, ainda que não admitam a degradação da situação sanitária nas povoações que controlam.

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