Guerra Rússia-Ucrânia

Rebelião Wagner: "Situação escapou-nos, pensámos que seria resolvida, mas não foi", admite Lukashenko

Alexander Lukashenko, principal aliado do Presidente da Rússia, ordenou ao exército da Bielorrússia para se “preparar para o combate” na sequência da rebelião do grupo Wagner.

SPUTNIK

Lusa

O Presidente bielorrusso considerou esta terça-feira que as tensões entre a empresa de mercenários russa Wagner e o Exército de Moscovo foram "mal geridas" e foi isso que provocou "a confrontação" do fim de semana.

"A situação escapou-nos e depois pensámos que seria resolvida, mas não foi resolvida", disse Lukashenko aos jornalistas, citado pela agência noticiosa estatal bielorrussa Belta, acrescentando que "não há heróis nesta história".

O chefe de Estado da Bielorrússia, principal aliado de Vladimir Putin, disse anteriormente que ordenou ao Exército de Minsk para se "preparar para o combate" na sequência da "rebelião" da empresa de mercenários Wagner, na Rússia.

"Eu dei todas as ordens para que o Exército [da Bielorrússia] esteja totalmente pronto para o combate", disse Alexander Lukashenko, citado pela agência noticiosa estatal bielorrussa Belta.

A medida foi tomada na sequência da "rebelião" do grupo Wagner na sexta-feira e no sábado passados.

O líder da empresa Wagner, Yevgeny Prigozhin, deve, segundo o Kremlin, viajar para a Bielorrússia depois de ter concordado em pôr fim ao golpe.

Rússia retira acusações

Entretanto, as autoridades russas anunciaram a retirada das acusações contra o grupo de combatentes a soldo da empresa Wagner, liderado por Yevgeny Prigozhin.

"Ficou estabelecido" que os participantes no motim "puseram termo às ações que visavam diretamente a prática de um crime", afirmaram os serviços de segurança russos (FSB), citados pelas agências noticiosas de Moscovo.

Nestas circunstâncias, "a decisão de retirar as acusações foi tomada a 27 de junho [hoje]", acrescentou o FSB.

Rebelião

No fim de semana, Yevgeny Prigozhin, que lidera o grupo Wagner, conduziu uma rebelião armada de 24 horas, com os mercenários a tomarem a cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, e a avançar até 200 quilómetros de Moscovo.

A rebelião terminou com um "acordo" mediado pelo Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que, segundo o Kremlin, estabelece que Prigozhin fique exilado na Bielorrússia, em troca de imunidade para si e para os seus mercenários.

Yevgeny Prigozhin justificou na segunda-feira a "rebelião" com a necessidade de "salvar" a organização, rejeitando ter tentando um golpe de Estado e adiantando que 30 combatentes contratados morreram em confrontos com militares russos.

O Presidente russo, Vladimir Putin, num discurso transmitido na segunda-feira pela televisão russa, acusou os responsáveis pela rebelião de serem traidores e disse que as suas ações só beneficiaram a Ucrânia e os aliados de Kiev.

Últimas