O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu esta segunda-feira respeito pela soberania e integridade territorial e criticou duramente a invasão da Ucrânia pela Rússia, numa reunião do Conselho de Segurança presidida pelo ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov.
Na reunião convocada pela Rússia para debater o "multilateralismo efetivo", Guterres sentou-se ao lado de Lavrov e criticou abertamente a invasão da Ucrânia por Moscovo, classificando-a de "violação da Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e do direito internacional", que está a causar enorme sofrimento e devastação ao país e ao seu povo, além de abalar fortemente a economia mundial.
"A invasão da Ucrânia, em violação da Carta das Nações Unidas e do direito internacional, está a causar enorme sofrimento e devastação ao país e ao seu povo, além de aumentar o deslocamento económico global desencadeado pela pandemia do COVID-19.", referiu.
Da mesma forma, o secretário-geral traçou o estado das relações internacionais de hoje, referindo que existe uma “grande tensão” entre as potências.
“Enfrentamos crises sem precedentes e interligadas. Mas o sistema multilateral está sob maior pressão do que em qualquer outro momento desde a criação das Nações Unidas. As tensões entre as grandes potências estão num ponto alto histórico, assim como os riscos de conflito por desventura ou erro de cálculo”, comentou Guterres.
O ex-primeiro-ministro português reforçou que a cooperação multilateral é o "coração pulsante das Nações Unidas", assim como a "sua razão de ser e a sua visão orientadora".
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, reuniu-se esta segunda-feira com o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Um dos temas do encontro é o acordo para a exportação de cereais a partir do mar Negro. Outro tópico abordada diz respeito também ao descontentamento de Moscovo com a falta de cumprimento de certos aspetos da iniciativa.