O custo de vida aumentou em todo o mundo por causa da guerra na Ucrânia. Importa perceber o que mudou na economia mundial neste ano de conflito e por que razão o dinheiro tenha passado a valer menos.
Chamam-lhe efeito dominó e as consequências vão ser sentidas durante vários anos. Os analistas financeiros e económicos avisaram, assim que o conflito começou, que a vida ficaria mais difícil.
Inflação
Um ano depois estamos a sentir, em todo o planeta, o impacto da inflação - a subida generalizada dos preços dos bens e serviços. Ou seja, o dinheiro vale menos. As causas relacionadas com a guerra são muitas.
Pacotes de sanções
A começar pelo pacotes de sanções imposto pelo ocidente à Rússia. O país está isolado e o banco nacional não pode, por exemplo, chegar aos milhares de milhões que tem em reservas estrangeiras. Está impedido de converter euros ou dólares em rublos.
A Rússia fica assim impedida de competir no mercado ocidental de forma livre. E as sanções aos produtos russos também desequilibraram os preços dos combustíveis.
Combustíveis
Não só o mundo perdeu parte do fornecimento do petróleo, gás ou do carvão russos, como a destruição de estradas e o bloqueio aéreo ou marítimo dificultam a chegada desses bens ao resto da Europa.
Cereais
O caso dos cereais é o mais dramático. A Ucrânia sempre foi o armazém do velho continente, mas o conflito destruiu as colheitas ou as vias que faziam os cereais chegar ao resto do mundo.
Isto fez funcionar a mais básica das leis de mercado: aumentou a procura, porque os cereais se tornaram mais escassos e subiu, caso mais flagrante, o preço do pão.
A guerra trava-se então, por causa de tudo isto, também no plano financeiro, muitas vezes com sacrifício monetário em nome de princípios morais.
Boicotes
Várias empresas boicotaram a Rússia, fechando as lojas no país ou operações no país. Amazon, Apple, Volkswagen ou Toyota e a Samsung fazem parte dessa lista, que também inclui a Coca-Cola e a Pepsi ou o McDonalds.
Resultado: desapareceu uma significativa parcela da receita para empresas multinacionais porque o mercado russo é gigantesco.
No caso dos boicotes às viagens é fácil perceber a recessão no turismo. A Rússia tem 142 milhões de habitantes e cerca de 40% fez viagens para o estrangeiro antes da guerra.
São muitos milhões a não conseguir agora vistos para entrar na Europa ou nos Estados Unidos. São também muitos milhões que não vão ser gastos por turistas russos em grande parte do mundo.