Um ano após o início da guerra na Ucrânia, todas as informações indicam que a ofensiva russa se está a intensificar. O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, defende que não há sinais de que a Rússia queira a paz. Na SIC Notícias, Rui Cardoso e João Fonseca sublinham que o conflito está para durar e fazem uma análise à situação atual do conflito, que teve início a 24 de fevereiro de 2022.
“Há baixas de ambos os lados, mas admite-se que sendo uma força atacante, as forças russas possam estar a sofrer baixas muito substanciais”, sublinha o comandante João Fonseca, que não tem dúvidas de que a guerra está para durar.
De igual modo, Rui Cardoso defende que nada aponta para que o conflito tenha um fim à vista e lembra as declarações do líder do grupo Wagner: “A conquista integral do Donbass pode levar um ano ou mais”, com a agravante de que “a Ucrânia está a gastar mais munições de artilharia do que a coligação que a apoia pode fornecer”.
Envio de ajuda militar
Sobre a hipótese do envio de aviões de combate para a Ucrânia, João Fonseca defende que “esta será uma hipótese em cima da mesa, mas a concretização não é de curto prazo. Há consciência de que a melhor forma de combater a ameaça aérea, tanto da aviação, como dos ataques de mísseis, é com um bom sistema articulado de defesa aérea, e isso está a ser implementado”.
“A prazo, a possibilidade de utilizar aviões de combate, pelo menos de quarta geração, vai criar uma capacidade adicional que não é tão importante do ponto de vista da defesa aérea, mas no apoio às forças terrestres”, explica.
Ataques ao setor energético e as fragilidades europeias
Sobre a estratégia russa atualmente em curso, o comandante do Observatório de Defesa da Sedes diz que passa por conquistar território, dentro dos objetivos de anexação que a Rússia estabeleceu: “Para forçar esse objetivo estabelecer uma guerra de mísseis contra as infraestruturas críticas e contra os espaços urbanos para flagelar a população, no sentido de espalhar terror e influenciar politicamente as grandes alterações”.
João Fonseca aponta ainda o dedo à Europa, considerando que precisa de acordar para uma política de segurança e de defesa, de pôr a industria de defesa a funcionar, defendendo que essa é “uma das fragilidades europeias”.
A terminar, Rui Cardoso chama a atenção para dois episódios recentes que demonstram também as fragilidades na política europeia.
“Temos o Ministro da Defesa da Hungria visita a Bielorrússia, que só não entra na guerra porque não tem exército para isso, mas fornece território, fornece logística, fornece tudo”.
“E, ao mesmo tempo tempo, temos uma pega entre o senhor Berlusconi e a senhora Meloni, atual primeira-ministra italiana”, com Berlusconi a criticar Zelensky e Meloni a reafirmar o apoio de Itália à Ucrânia.
Berlusconi é atualmente líder da Forza Italia, uma das formações políticas que apoia o Governo de Meloni.