Guerra Rússia-Ucrânia

Ucrânia:"A União Europeia e a NATO não se prepararam para nenhum tipo de guerra"

José Milhazes analisa a situação atual sobre o fornecimento de armamento à Ucrânia e os discursos de Vladimir Putin e Lavrov.

José Milhazes

SIC Notícias

José Milhazes analisa a guerra na Ucrânia e os eventos que marcam esta quinta-feira: a visita de comissários europeus e Ursula von der Leyen a Kiev, as declarações de Sergei Lavrov e o discurso de Vladimir Puitn nas celebrações do 80.º aniversário da vitória soviética contra o exército alemão na batalha de Estalinegrado.

Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia avisou que dia 24 de fevereiro haverá uma grande resposta à entrega de armas de longo alcance pelos países do Ocidente à Ucrânia.

No entanto, José Milhazes não vê isso com preocupação de uma escalada bélica.

"Vai ser a nível de propaganda e ele diz isto na entrevista porque a Rússia está a sentir que, em termos de propaganda, fica muito atrás do Ocidente. Devem estar marcados espetáculos com danças e cantares (…) e talvez Putin vá lá discursar.", explica.

Neste sentido, o comentador SIC acredita que não haverá um ataque de grande dimensão nesse dia, pelo menos não é costume ser anunciado em contexto de guerra.

"Normalmente, quando o inimigo está à espera, o atacante não ataca na hora que se está à espera. Se atacar no dia 24, os ucranianos têm por dever estarem prontos para o ataque. É verdade que existe fetichismo por datas na Rússia, mas até esse ponto não acredito que irá acontecer."

Já no que diz respeito ao discurso de Putin, que acusou a Alemanha de estar a puxar por uma nova “ideologia moderna nazi”, Milhazes não fica surpreendido e diz-se mais preocupado com a abordagem da Rússia no que diz respeito à defesa que hão de utilizar face ao armamento de longo alcance fornecido pelo ocidente às tropas ucranianas.

"Este é o discurso que já vem sendo metido na cabeça das pessoas há muito tempo. A mim preocupa-me mais a questão que Putin falou há uns dias e Lavrov mencionou na entrevista: (…) o problema já não está na Rússia tomar conta das quatro regiões ucranianas - que já considera ser seu território - mas como irá não permitir que armas de longo alcance sejam utilizadas por ucranianos para atacar essas regiões. Como é que eles vão garantir essa defesa? Será criar pelo menos uma faixa neutra, eles não vão parar no Donbass", avisa.

Para o comentador da SIC, “o Kremlin pertence a calimeros, ”coitadinhos estão nos a querer fazer mal"".

Tendo em conta a cimeira de amanhã, a 24ª entre a União Europeia e a Ucrânia, José Milhazes sente que os países do Ocidente estão muito mal preparados para uma guerra.

“Os Estados Unidos e a União Europeia [na questão do armamento] ou estão a brincar connosco ou não estão a olhar de forma séria para uma guerra, porque publicamente entram numa grande discussão sobre que tipo de armas se manda, um manda um outro manda outro. Isto mostra que UE e NATO não se prepararam nada para nenhum tipo de guerra.”, concluiu o comentador.

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