Guerra Rússia-Ucrânia

NATO quer enviar mais armas para Kiev

Medida vai ser discutida pelos ministros da Defesa da NATO, numa reunião em Bruxelas.

SIC Notícias

Lusa

Os ministros da Defesa da NATO vão discutir, numa reunião em Bruxelas, a mobilização de mais munições e equipamentos para "ajudar a Ucrânia a ganhar a guerra", bem como a proteção de infraestruturas dos Aliados, como gasodutos europeus.

O anúncio foi feito esta terça-feira pelo secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg, que falando em conferência na sede da Aliança Atlântica, em Bruxelas, indicou que "os ministros da Defesa [dos Aliados] vão reunir-se esta semana num momento importante para a segurança transatlântica".

"Iremos rever os nossos progressos no reforço da dissuasão e defesa da NATO, iremos aumentar ainda mais a proteção ou infraestruturas críticas à luz da sabotagem dos oleodutos do Nord Stream e reforçaremos e manteremos o nosso apoio à Ucrânia para que possa continuar a defender-se e a libertar território da ocupação russa", referiu.

Um dia antes de uma reunião de dois dias dos ministros da Defesa dos Aliados, na quarta-feira e quinta-feira em Bruxelas, o responsável precisou que, nesta reunião ministerial, os ministros da tutela irão "tomar decisões para aumentar os 'stocks' de munições e equipamentos, para acelerar a entrega de capacidades e para utilizar o processo de planeamento de defesa da NATO para fornecer à indústria a procura a longo prazo de que necessitam para impulsionar a produção".

Vitória de Putin será perigosa “para todos nós”

Segundo Jens Stoltenberg, "é importante para todos que a Ucrânia ganhe a batalha".

"Se Putin vencer, isso não será apenas uma grande derrota para os ucranianos, mas será uma derrota e perigosa para todos nós, porque tornará o mundo mais perigoso e nos tornará mais vulneráveis a novas agressões russas e esta é a razão pela qual estamos a utilizar equipamentos dos países da NATO para dar apoio à Ucrânia [...] e também a abordar como podemos aumentar a produção para podermos produzir mais, tanto para reabastecer os 'stocks' [Notes:dos Aliados] , como para continuar a apoiar" as forças ucranianas, elencou.

De acordo com o secretário-geral da Aliança Atlântica, de momento, "a Ucrânia precisa de uma vasta gama de sistemas diferentes, como armas, artilharia, veículos blindados, sistemas de defesa aérea, armas anti-tanque, mas também combustível, vestuário de inverno, sistemas de comunicação e muitos tipos diferentes de apoio".

Aliados querem impedir supostas sabotagens aos gasodutos Nord Stream

Nesta reunião, os ministros da Defesa dos Aliados vão ainda, segundo o responsável, "abordar a proteção ou as infraestruturas críticas", numa altura em que a Rússia é acusada de sabotar os gasodutos da Nord Stream, que fornecem gás natural russo à Europa.

"A NATO tem vindo a trabalhar nisto há muitos anos e, na sequência da sabotagem dos oleodutos Nord Stream, reforçámos ainda mais a nossa vigilância em todos os domínios, [nomeadamente] duplicámos a nossa presença nos mares Báltico e do Norte para mais de 30 navios apoiados por aeronaves de patrulha marítima e capacidades submarinas", apontou Jens Stoltenberg.

“Proteger as infraestruturas críticas” é uma das prioridades

Além disso, "os Aliados estão também a aumentar a segurança em torno de instalações chave e a intensificar a partilha de informações", adiantou o líder da Aliança Atlântica, anunciando "novas medidas para reforçar a resiliência e proteger as infraestruturas críticas".

"O ataque deliberado contra as infraestruturas críticas dos Aliados será enfrentado com uma resposta unida e determinada", avisou ainda Jens Stoltenberg.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro passado. A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.221 civis mortos e 9.371 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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