O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, vai discursar na quarta-feira pelas 08:00 (06:00 em Lisboa). O discurso estava previsto para esta terça-feira, mas foi adiado, informou um antigo conselheiro do chefe de Estado.
Não foram adiantados mais pormenores, mas é esperado que declare oficialmente guerra contra a Ucrânia e anuncie a mobilização parcial de russos. Os referendos à anexação de quatro territórios ucranianos também devem fazer parte do discurso.
Regiões do Donbass anunciam referendo
Os territórios separatistas pró-russos da região de Donbass, na Ucrânia, vão realizar de 23 a 27 de setembro referendos para decidirem sobre a sua anexação pela Rússia, anunciaram esta terça-feira as autoridades locais.
Os escrutínios terão lugar nas regiões de Donetsk e Lugansk, cuja independência o Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu pouco antes de lançar a sua ofensiva militar contra a Ucrânia, a 24 de fevereiro.
Nenhuma das regiões é totalmente controlada pela Rússia e a hipótese da sua integração na Rússia representaria uma grande escalada no conflito, que dura há quase oito meses.
Rússia terá perdido o controlo total de Lugansk
A Ucrânia garante que a Rússia perdeu o controlo total da região de Lugansk, no leste do país. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, diz que as forças de Moscovo estão a entrar em pânico perante o progresso da operação de reconquista ucraniana.
A tomada da província foi, desde o início da ofensiva, designada como uma das prioridades do Kremlin, assim como da vizinha Donetsk, controlada pelos dois lados.
A Ucrânia garante que este será o primeiro passo para a libertação das regiões ocupadas.
A contraofensiva, que ganhou força nos últimos dias em Kharkiv, progride agora, segundo Kiev, para o Donbass.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).