Guerra Rússia-Ucrânia

Eurodeputados defendem suspensão da Rússia da Interpol

Parlamento Europeu considera perigoso o acesso de Moscovo aos dados da Organização Internacional de Polícia Criminal.

O Parlamento Europeu defendeu esta terça-feira que a União Europeia (UE) deve trabalhar no sentido de suspender a Rússia da Interpol, considerando perigoso o acesso de Moscovo aos dados da Organização Internacional de Polícia Criminal.

A posição dos eurodeputados consta de um relatório com as recomendações da assembleia para um novo acordo de cooperação entre a UE e a Interpol, que está atualmente a ser negociado, aprovado esta terça-feira no hemiciclo de Estrasburgo, em França, com 607 votos a favor, 13 contra e 11 abstenções.

No relatório adotado, os eurodeputados consideram a invasão russa da Ucrânia, lançada em 24 de fevereiro passado, “uma ameaça direta à cooperação internacional para a aplicação da lei”, e sustentam que “o acesso contínuo da Rússia aos dados da Interpol está a pôr em perigo a cooperação da UE com a organização policial”.

“Por conseguinte, o Parlamento apoia a remoção dos direitos de acesso aos dados da Interpol da Rússia e da Bielorrússia, e eventualmente a sua suspensão total da Interpol”, indica a assembleia.

A eurodeputada polaca Jadwiga Wisniewska, autora do relatório aprovado esta terça-feira, comentou que “a Interpol é o parceiro-chave da UE na luta contra o terrorismo e o crime organizado”, razão pela qual a colaboração deve ser ainda mais reforçada.

“As nossas principais prioridades são conceder às agências da UE acesso controlado direto às bases de dados da Interpol e combater o uso indevido dos alertas vermelhos e mandados de captura da Interpol. Além disso, dada a situação geopolítica, acredito firmemente que a Rússia deve ser excluída da Interpol na sequência da sua agressão injustificada à Ucrânia”, refere a eurodeputada.

Atualmente, apenas os Estados-membros da UE têm acesso às 19 bases de dados da Interpol, enquanto as agências da UE não têm forma de trocar estas informações.

Nas recomendações adotadas esta terça-feira, os eurodeputados defendem que seja concedido acesso às bases de dados da Interpol às agências comunitárias relevantes, designadamente à Europol (Agência Europeia para a Cooperação Policial), EPPO (Procuradoria Europeia), Eurojust (Agência Europeia para a Cooperação no domínio da Justiça Penal) e Frontex (Agência Europeia de Fronteiras e Guarda Costeira).

Em julho de 2021, o Conselho autorizou negociações para um novo acordo de cooperação entre a UE e a Interpol.

SAIBA MAIS

A PÁGINA DO CONFLITO RÚSSIA-UCRÂNIA

Últimas