A Ucrânia tem, nesta altura, 20 milhões de toneladas de cereais que não consegue exportar e o valor pode chegar ao triplo no outono. O bloqueio naval russo aos portos ucranianos não o permite. Enquanto milhões em todo o mundo desesperam por receber o que o país tira da terra, os agricultores ucranianos veem o cereal amontoar-se em cada quinta. Os enviados especiais da SIC estiveram numa dessas quintas que ainda tem toneladas de trigo do ano passado por escoar.
A debulhadora percorre o terreno desfiando os grãos à medida que passa e, assim permitido, o trigo é transportado para debaixo de vastos telheiros.
Vladimir sempre viveu da terra e ao telemóvel trata de garantir próximo negócio.
Abrigado da chuva o seu trigo aqui repousa, mas por causa da guerra, este já descansa desde o ano passado.
Os russos não deixam os navios com cereais sair dos portos da Ucrânia adubando dias amargos dos agricultores ucranianos.
A guerra trava as exportações de cereais da Ucrânia, os preços disparam, os países mais pobres que do trigo ou do óleo de girassol tanto precisam ficam à beira do nada, incapazes de concorrer com os mais ricos na escassez que se agiganta.
Só a solução de transportar os cereais por estrada pela Roménia, Moldávia ou Polónia permite semear alguma esperança, mas pouca. Se não abrirem os corredores, os cereais vão aqui ficar muito tempo, mas se o fizerem vai demorar também muito a escoar porque não vamos tira-los por estrada tão depressa.
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