Guerra Rússia-Ucrânia

Quem são os dois russos que receberam refugiados ucranianos em Setúbal

Um dos elementos russos chegou a fazer discursos políticos pró-Putin.

Pelo menos 160 refugiados ucranianos foram recebidos em Setúbal por um casal russo com fortes suspeitas de ligações ao Kremlin. Queixam-se de terem sido pedidas fotocopias de documentos pessoais e estranham perguntas sobre o paradeiro de familiares que ficaram na Ucrânia.

Nunca escondeu que mantinha ligações próximas ao Kremlin. Apresenta-se como gestor de projetos, presidente de várias associações ligadas oficialmente à embaixada russa. É um dos líderes da comunidade russa em Portugal chegou a fazer discursos políticos pró-Putin.

Em 2015, Igor Khashin, de 46 anos, conseguiu a dupla nacionalidade 12 anos depois de escolhido Portugal para viver. A mulher Yulia, jurista, foi contratada em novembro pela autarquia de Setúbal como técnica superior para o gabinete de apoio a famílias refugiadas.

Igor e Yulia fazem parte de uma associação de imigrantes de países de leste chamada Edinstvo, fundada em 2002. Ambos eram o rosto do acolhimento no distrito de Setúbal de, pelo menos, 160 ucranianos. Aos refugiados pediram fotocopias de documentos pessoais e respostas sobre o paradeiro de familiares que ficaram na Ucrânia.

A ativista russa em Portugal diz que esta associação representa o passaporte para a Rússia chegar às estruturas do país, por exemplo, ao Parlamento. Várias queixas terão sido entretanto apresentadas à Câmara de Setúbal e nada mudou até esta sexta feira.

Depois da notícia revelada pelo jornal Expresso, a autarquia anunciou, em comunicado, o afastamento da funcionária e pediu uma investigação ao Ministério da Administração Interna

A Associação dos Ucranianos em Portugal garante que tem vindo a alertar o Governo há já oito anos para a presença de espiões russos infiltrados em associações de apoio a refugiados ucranianos, um pouco por todo o país.

Conflito Rússia-Ucrânia

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