O secretário-geral da ONU está em Irpin, a última das três cidades que visita esta manhã, antes do encontro desta quinta-feira com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. “São os civis que pagam o preço mais alto”, disse Guterres em Irpin, como relatam os enviados da SIC, Susana André e Odacir Júnior.
O secretário-geral da ONU chegou à Ucrânia na noite de quarta-feira após uma visita a Moscovo na terça-feira, onde se encontrou com o Presidente russo, Vladimir Putin, e pediu à Rússia que trabalhe com a ONU para permitir a retirada de civis de áreas bombardeadas, principalmente no leste e sul da Ucrânia, onde a Rússia está a concentrar a sua ofensiva.
Guterres disse esta manhã que “uma guerra no século XXI é um absurdo”, à chegada a Borodianka, nos arredores da capital ucraniana.
“Imagino minha família numa dessas casas que estão agora destruídas e enegrecidas. Vejo as minhas netas a correr em pânico. A guerra é um absurdo no século XXI, nenhuma guerra é aceitável no século XXI”, disse o secretário-geral das Nações Unidas.
António Guterres fez essas declarações aos jornalistas diante de casas em ruínas em Borodianka, acompanhado por soldados ucranianos e autoridades locais.
O secretário-geral das Nações Unidas visitou também Bucha, onde sublinhou a importância de uma investigação sobre a eventuais crimes de guerra.
“Apelo à Federação Russa para que aceite e colabore com o Tribunal Penal Internacional”, disse Guterres durante a sua visita a uma vala comum, expressando “total apoio” a uma investigação do TPI.
“Quando falamos de crimes de guerra não podemos esquecer que o pior dos crimes é a própria guerra”, acrescentou.