Guerra Rússia-Ucrânia

Ucrânia: crianças são “vítimas do orgulho dos adultos”, lembra Papa

Pontífice pede a grupo de estudantes italianos que pense “nestas crianças e jovens que hoje sofrem a três mil quilómetros de Itália”.

O Papa Francisco recordou esta quarta-feira, antes da audiência geral, as crianças que fogem das bombas na Ucrânia, admitindo serem “vítimas do orgulho dos adultos”.

Num discurso dirigido a um grupo de estudantes italianos, o Papa Francisco fez um pedido: “façam uma reflexão: vamos pensar em tantas crianças, meninos, meninas, que estão em guerra, que estão a sofrer na Ucrânia. Eles são como vocês, como vocês, seis, sete, 10, 14 anos …”, afirmou, na saudação na basílica de São Pedro aos alunos do Colégio La Zolla, de Milão.

“Têm um futuro pela frente, a segurança de crescer numa sociedade de paz. Em vez disso, esses pequeninos têm que fugir das bombas, estão a sofrer… com o frio que faz”, acrescentou.

Francisco pediu a todos que pensassem “nestas crianças e jovens que hoje sofrem a três mil quilómetros de Itália” e rezou pelas “crianças, meninos e meninas que vivem sob as bombas, nesta guerra terrível, que não têm comida, não têm para onde fugir, não têm casa, não têm nada”.

“Senhor Jesus, olhe para essas crianças, esses jovens, olhe para eles, proteja-os. Eles são vítimas do nosso orgulho, dos adultos. Senhor Jesus, abençoe estas crianças e proteja-as”, rezou o pontífice.

O Papa aconselhou os estudantes a “crescer não só no conhecimento, mas também em criar laços para construir uma sociedade mais unida e fraterna”, acrescentando: “a paz, de que tanto precisamos, constrói-se à mão, compartilhando. Não há máquinas para construir a paz. A paz constrói-se sempre, na família, na escola, na sociedade”.

Pediu também que os “acolham”, sublinhando que “o mundo de hoje coloca muitas barreiras entre as pessoas e o resultado dessas barreiras é a exclusão e a rejeição”. “Construam sempre pontes, nunca ignorem, porque o ignorar inicia guerras“, alertou.

Existem barreiras entre estados, entre grupos sociais, mas também entre pessoas“, disse ele, insistindo: “muitas vezes até o telefone para o qual olhas se torna numa barreira que te isola num mundo que tens ao alcance da mão”.

Com LUSA

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