O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, telefonou esta terça-feira ao homólogo Vladimir Putin, para lhe expressar “forte apoio”, seis dias depois de a Rússia invadir militarmente a vizinha Ucrânia.
“Numa conversa telefónica, o Presidente Nicolás Maduro expressou um ‘forte apoio’ à Rússia, condenou as ações desestabilizadoras dos EUA e da NATO e salientou a importância de combater a campanha de mentiras e desinformação lançada pelos países ocidentais”, explica uma publicação do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) russo, na rede social Twitter, “tweet” semelhante à do líder venezuelano.
Sostuve una conversación telefónica con el presidente, Vladimir Putin, le ratifiqué la condena de Venezuela a las acciones desestabilizadoras de la #OTAN. Reiteré la firme disposición en favor del entendimiento y el diálogo, como vía para la preservación de la Paz. pic.twitter.com/nTJW5o3jL6
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) March 1, 2022
O telefonema teve lugar “por iniciativa da parte venezuelana” e, durante a conversação, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, “o Presidente Vladimir Putin e o Presidente Nicolás analisaram, por telefone, o desenvolvimento da parceria estratégica russo-venezuelana, assim como a implementação de projetos conjuntos”.
“Ambos os líderes concordaram em manter contactos a vários níveis”, concluiu
Numa outra mensagem, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, refere que “a Rússia está comprometida com as suas obrigações em matéria de não proliferação de armas de destruição maciça e está a tomar todas as medidas necessárias para impedir que apareçam armas nucleares e tecnologias afins na Ucrânia”.
Acusações venezuelanas ao Ocidente
Na sexta-feira, a Venezuela pediu uma resolução pacífica do conflito Rússia-Ucrânia, depois da ofensiva militar russa em várias localidades ucranianas, acusando a NATO e os Estados Unidos da América (EUA) de violarem os acordos existentes.
Caracas disse ainda condenar as sanções internacionais contra a Rússia, por afetarem os direitos humanos do povo russo, enquanto a oposição venezuelana criticou o apoio de Caracas à Rússia e as alegadas intenções russas de usar a Venezuela com fins bélicos para pressionar os EUA.
Lado a lado com Putin
O Presidente Nicolás Maduro manifestou, a 17 de fevereiro, apoio à Rússia perante as ameaças ocidentais.
“A Rússia conta com todo o apoio da República Bolivariana da Venezuela na luta que está a travar para dissipar as ameaças da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e do mundo ocidental. A Rússia conta com todo o apoio para dissipar todas as ameaças e para que continue a ser um território de paz”, disse Maduro em Caracas, durante uma visita do vice-primeiro-ministro da Rússia, Yuri Ivanovich Borisov.
“As relações entre a Rússia e a Venezuela cada vez adquirem maior nível estratégico, maior qualidade e profundidade no seu resultado e maior força histórica”, adianta.
Segundo a imprensa local, as relações entre Caracas e Moscovo intensificaram-se durante o mandato do falecido líder socialista Hugo Chávez (presidiu ao país entre 1999 e 2013), que, em agosto de 2008, apoiou a Rússia durante a guerra com a Geórgia. Durante o seu Governo, Hugo Chávez adquiriu armamento e equipamento militar à Rússia.
Atualmente, a Venezuela, governada por Nicolás Maduro, possui, entre outros, acordos de cooperação militar, cultural, energética e tecnológica, com a Rússia.