Guerra no Médio Oriente

Fome continua a ser usada por Israel como arma de guerra: crianças e adultos famintos suplicam por comida em Gaza

Mais de 100 organizações avisam que há uma vaga de fome a alastrar em toda a faixa de Gaza e pedem aos governos uma ação urgente. Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, mais 33 pessoas morreram em dois dias por falta de comida.

Joana Costa de Sousa

As últimas imagens que chegam de Gaza mostram que fome continua a ser usada por Israel como arma de guerra. Num dos raros postos de distribuição de comida, crianças e adultos famintos suplicam por um refeição, ainda que pobre e cozinhada ali mesmo. O ministro da Saúde do Hamas disse que mais 33 pessoas morreram em dois dias por falta de comida. Mais de 100 organizações avisam que há uma vaga de fome a alastrar em toda a faixa de Gaza e pedem aos governos uma ação urgente. O secretário-geral das Nações Unidas volta a falar em horror enquanto a união europeias continua praticamente calada.

Enquanto as forças israelitas continuam a bombardear Gaza, mais de 100 organizações apelam a uma ação contra Israel, alertando que a fome em massa está a alastrar por todo o enclave.

Yousef tinha pouco mais de um mês. Morreu à fome. O bebé está entre as 15 pessoas que morreram à fome em Gaza só nas últimas 24 horas.

Numa das poucas cozinhas comunitárias a funcionar em Gaza, atropelam-se por uma concha de sopa. Muitos destes espaços fecharam porque não há o que cozinhar, apesar de haver toneladas de alimentos, água potável, material médico e de outros bens parados às portas de Gaza.

O conselho norueguês para os refugiados está entre as mais de 100 organizações que, numa declaração conjunta, apelam aos governos de todo o mundo para que tomem medidas contra o alastrar da fome em Gaza. Acusam Israel de estar a matar a população à fome e exigem não só a abertura das passagens terrestres em todo o território como o acesso de ajuda humanitária aos palestinianos.

Querem ainda que a distribuição de ajuda seja liderada pela ONU e não por militares.

Estes deverão ser temas abordados pelo enviado dos EUA Steve Witckoff, que se desloca ainda esta semana à Europa. O objetivo é finalizar um acordo para estabelecer um novo corredor humanitário em Gaza.

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