Guerra no Médio Oriente

Cessar-fogo "obviamente é uma boa ideia" mas "não há garantias que se consolide no terreno"

O embaixador Luís de Almeida Sampaio diz que o cessar-fogo "é obviamente uma boa ideia", mas que, de acordo com as informações divulgadas nas últimas horas, "não há garantias que se consolide no terreno". 

SIC Notícias

Depois do anúncio cessar-fogo, Israel acusou o Irão de não cumprir com o acordado, dizendo que estava em curso um ataque contra o norte do país. A informação já foi desmentida pela televisão estatal iraniana. 

Na antena da SIC Notícias, o embaixador Luís de Almeida Sampaio disse que o cessar-fogo "é obviamente uma boa ideia", mas que, de acordo com as informações divulgadas nas últimas horas, "não há garantias que se consolide no terreno". 

"Nós vimos que mesmo depois da hora apressada para o cessar-fogo, aparentemente mediado pelo Qatar, mas também obviamente com a intervenção dos Estados Unidos, sobretudo da Casa Branca, houve o lançamento de mísseis balísticos por parte do Irão e o anúncio de uma resposta firme por parte de Israel.”

O embaixador acrescenta ainda que neste momento não é possível “antecipar o desenlace da situação”, ou seja, “se vamos efetivamente entrar numa escalada e generalização do conflito ou se efetivamente estamos na via, no momento, na hora da diplomacia e da negociação". 

O cessar-fogo “completo e total” foi anunciado na segunda-feira à noite pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A notícia chega depois do Irão ter atacado as bases militares norte-americanas no Qatar. 

Um ataque que, para Luís de Almeida Sampaio, foi “mais simbólico do que eficaz”, o que é “positivo” no sentido de “evitar uma escalada generalizada e uma destabilização muito mais perigosa da situação no Médio Oriente”.

“Vamos ver, como digo, as próximas horas são cruciais. O facto de haver uma via diplomática a funcionar, negociações que estão a decorrer, porventura, se há um prenúncio de que uma solução no sentido de um cessar-fogo ainda é possível."
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