Guerra no Médio Oriente

"Morrermos por dentro": pontos de ajuda voltam a fechar em Gaza, população está faminta

Durou pouco a reabertura dos pontos de distribuição assegurados pela fundação apoiada por Israel e pelos EUA. Devido a ataques em toda a Faixa de Gaza, voltaram a encerrar pouco depois de terem retomado a distribuição de ajuda alimentar.

Joana Costa de Sousa

Devido a ataques em toda a Faixa de Gaza, os pontos de distribuição de ajuda humanitária que tinham retomado as operações voltaram a fechar. É mais um impasse para fazer chegar à população faminta a ajuda necessária, numa altura em que as Nações Unidas alertam para o aumento considerável do número de crianças que sofrem de desnutrição aguda.

Durou pouco a reabertura dos pontos de distribuição assegurados pela fundação apoiada por Israel e pelos EUA. Devido a ataques em toda a Faixa de Gaza, voltaram a encerrar pouco depois de terem retomado a distribuição de ajuda alimentar.

"Nós morrermos por dentro. Nós morremos. Tudo isto para arranjar comida para os nossos filhos. Eu tenho isto. Um pouco de farinha, lentilhas e dois pacotes de massa. Nós morremos. Obrigaram-nos a passar no pico do calor e mataram-nos. Não podemos andar, não podemos continuar."

Anunciada como uma espécie de tábua de salvação, a distribuição da fundação humanitária para Gaza tinha sido suspensa depois da morte de 30 pessoas durante uma missão.

Há semanas que Israel bloqueia e entrada de ajuda no enclave e a pouca que entra está longe de responder às necessidades da população.

Crianças desnutridas e hospitais em colapso

O número de crianças com desnutrição aguda não para de crescer. Segundo a ONU mais de 2.700 crianças com menos de cinco anos foram diagnosticadas. É quase o triplo em relação ao rastreio realizado em fevereiro.

A Organização Mundial de Saúde alerta também para o colapso dos hospitais. No norte, já não há nenhum a funcionar e na maior cidade a sul os dois únicos que restam estão em risco de encerrar, sem material médico nem medicamentos.

Apesar da pressão interna e internacional, largamente favorável à entrada de mais ajuda no enclave e a um cessar fogo, Israel prossegue com a ofensiva.

Netanyahu confirmou, entretanto, que Israel está mesmo a armar milicias com ligações ao Estado Islâmico.

Noutra frente, há registo de uma série de ataques israelitas contra Beirute, a capital do Líbano, durante a noite.

O Presidente libanês fala numa violação flagrante do cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Telavive diz que tudo depende do Governo libanês que deve desarmar o Hezbollah. Caso contrário, garante o ministro da defesa israelita, não haverá calma em Beirute.

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