Esta terça-feira, Benjamin Netanyahu teve que apresentar-se, uma vez mais, no tribunal onde está a ser julgado por fraude, abuso de confiança e suborno, crimes puníveis com prisão.
Netanyahu nega as acusações, tal como rejeita as que o Tribunal Penal Internacional lhe imputa, e que lhe valeram um mandato de captura internacional, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Em causa, Gaza, onde vai ser lançada uma nova ofensiva, em grande escala, com o propósito declarado de manter o enclave sob controlo israelita.
"Uma coisa tem de ficar clara, eles (soldados) não vão entrar e sair. Vamos convocar as reservas para tomar conta do território, depois abandonamos o território e depois fazemos incursões a partir do que resta? Não é esse o plano. Não é essa a nossa intenção. A intenção é a oposta", garante Netanyahu.
Israel admite que terá de adiar a expansão das operações até ao final da visita de Donald Trump à Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Qatar mas já ordenou a mobilização de dezenas de milhares de reservistas.
Uma intenção condicionada pela crescente contestação ao governo.
Antes mesmo do plano ter sido anunciado, muitos israelitas na reserva já se tinham recusado a regressar a Gaza.
Netanyahu é acusado de prolongar a guerra por uma questão de sobrevivência política.
Em 18 meses de ofensiva, retomada em Março, depois de algumas semanas de trégua, pelo menos 51 mil palestinianos foram mortos.
Depois de bloquear a entrada mantimentos numa ação descrita pela ONU como guerra de fome, Israel pretende alterar a distribuição de ajuda humanitária, para garantir que o material não chega ao Hamas, e acordou com os Estados Unidos o recurso a empresas privadas de segurança.
"Vamos ajudar a população de Gaza a arranjar comida. As pessoas estão a passar fome e nós vamos ajudá-las a arranjar comida. Há muita gente que está a tornar as coisas muito, muito más. Se repararmos, o Hamas está a tornar isso impossível porque está a levar tudo o que é trazido. Mas vamos ajudar o povo de Gaza porque está a ser muito mal tratado pelo Hamas", disse Donald Trump.
Depois do anúncio da intensificação da ofensiva israelita em Gaza, o Hamas descartou a utilidade de mais negociações com vista à entrega de reféns e a um cessar-fogo.