Guerra no Médio Oriente

"Os ataques de Israel às forças das Nações Unidas são uma violação clara do direito internacional"

O jornalista da TSF e comentador da SIC Ricardo Alexandre faz uma análise às guerra no Médio oriente e na Ucrânia.

SIC Notícias

Os Estados Unidos vão instalar em Israel um sistema de defesa antimísseis de alta altitude, que será manobrado por militares norte-americanos, depois dos ataques do Irão, anunciou este domingo o Pentágono.

Uma antecipação que israelitas e norte-americanos estão a fazer de algum tipo de ataque por parte do Irão. Na noite de 1 de outubro, o Irão, aliado do movimento islamita palestiniano Hamas, em guerra com Israel, disparou pelo menos 180 mísseis contra Israel, alguns dos quais atingiram território israelita. Foi o segundo ataque iraniano com mísseis contra Israel este ano, depois da noite de 13 de abril.

"A ideia dos Estados Unidos é certamente enviar um sinal político a Teerão de que está com Israel, disso não há a menor dúvida."

Ricardo Alexandre considera "um pouco inusitado, porque Israel tem uma capacidade de defesa antimíssil extremamente sofisticada, com provas dadas, como foi nesse caso dos das chuvas de mísseis que o Irão lançou sobre o território israelita".

"Vamos ver o que é que realmente acrescenta, sabemos que é um sistema que consegue intercetar - cada base, cada torre de lançamento, tem 8 intercetadores - mísseis de curto, médio longo, alcance, de alcance intermédio, portanto, são é altamente sofisticado, mas vamos ver ao que é que acrescenta aquilo que Israel já tem.

Forças de de paz da ONU no Sul do Líbano

O primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, diz que a pressão dos líderes internacionais está a ser feita na direção errada e acusa o Hezbollah de utilizar como escudo humano. Israel está a realizar estas operações nos arredores da sede da da UNIFIL.

"Sabemos que há tensões entre o Governo Netanyahu e as Nações Unidas e as posições do Secretário Geral das Nações Unidas há bastante tempo. Sabe-se também que a resolução 1701 das Nações Unidas que prevê que a zona sul do Líbano não tenha grupos armados a não ser o próprio exército do Estado libanês e a força da UNIFIL. Mas a verdade é que isso não acontece, o Hezbollah foi crescendo, foi-se fortalecendo e foi marcando presença progressivamente mais forte nessa zona do sul do território do libanês, e esse é o argumento de Israel".

Benjamim Netanyahu exige ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que retire os capacetes azuis do sul do Líbano.

"Aquilo que está a acontecer, os ataques de Israel às forças das Nações Unidas é uma violação clara do direito internacional. Aquilo pode acontecer se as forças da ONU deixarem essa parte do Sul do Líbano, é carta branca para Israel reforçar a operação terrestre que já começou".

Nesta altura já existem 1 milhão e 200 mil refugiados e deslocados internos no Líbano, mais de 2000 mortes e "esse número pode agravar-se se essas operações terrestres se intensificarem".

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