Guerra no Médio Oriente

"É inaceitável e tem de acabar": UE condena ataques israelitas a forças da ONU no Líbano

Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos Estados-membros da União Europeia chegaram a acordo para uma condenação conjunta das ações de Israel no Líbano contra as Nações Unidas.

Susana Frexes

Bruno Andrade

A União Europeia (UE) condena os ataques das forças israelitas aos capacetes azuis no sul do Líbano e pede explicações a Israel. A situação no Médio Oriente domina a reunião dos ministros europeus dos Negócios Estrangeiros, no Luxemburgo.

Os chefes da diplomacia europeia chegam ao Luxemburgo já com um acordo para condenar os ataques das forças israelitas aos capacetes azuis no sul do Líbano.

“São inaceitáveis os ataques por parte de Israel e os disparos dos últimos dias sobre as tropas da FINUL. Isto tem de acabar", defendeu José Manuel Albares, ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha.

“Liguei ao ministro israelita, Israel Katz, e fiz-lhe saber que isto é inaceitável e tem de acabar”, declarou também Caspar Veldkamp, ministro dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos.

“Demorou-se demasiado a dizer algo óbvio”

O entendimento para pressionar Israel foi alcançado no último domingo à noite, mas só depois de muitas horas de negociação.

Para Josep Borrell, mais vale tarde do que nunca, mas preferia que tivesse sido mais cedo.

“Demorou-se muito tempo a dizer algo que é óbvio. É óbvio que devemos estar contra os ataques israelitas à FINUL”, afirmou o alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.

Dezasseis países europeus têm soldados na missão de paz no sul do Líbano. A questão é se a declaração dos 27 Estados-membros é pressão suficiente, numa altura em que vários ministros se mostram preocupados com a situação humanitária e a morte de civis em Gaza e também no Líbano.

Josep Borrell volta a pôr em cima da mesa sanções a ministros israelitas, mas não há consenso para tal. Tal como não há consenso sobre a suspensão da exportação de armas para Israel – uma decisão que está, bilateralmente, nas mãos de cada país.

A Alemanha diz que vai continuar a enviar armamento. França repete que não.

“Neste momento, consideramos que a segurança de Israel não pode ser garantida pelo recurso exclusivo à força. O recurso à força deve dar lugar ao diálogo e às negociações”, defendeu o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noel Barrot.

Da reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros deverá também sair um novo apelo ao cessar-fogo em Gaza e no Líbano.

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