Guerra na Síria

Funcionários públicos sem salário e filas nos multibancos: a luta pela sobrevivência na Síria

Na segunda semana do novo poder, terminaram as celebrações pela queda do regime, e voltaram as preocupações com a sobrevivência diária. Os funcionários públicos estão sem salário e há filas nas caixas multibanco.

Aurélio Faria

As Nações Unidas apelaram esta quarta-feira a eleições justas e livres na Síria, logo depois do período de transição. O apelo foi feito em Damasco pelo enviado da ONU, no dia em que reabriu o principal aeroporto do país.

Um voo doméstico entre Damasco e Alepo, marcou a reabertura do aeroporto internacional da capital da Síria. A aterragem foi celebrada na maior cidade do país. Os passageiros desembarcaram com a nova bandeira de 3 estrelas que simboliza a diversidade síria.

Também na costa do Mediterrâneo, foram retomadas as atividades no principal porto. Voltaram as cargas e descargas ao porto de Latakia, após dias de bombardeamentos israelitas intensos, para destruir a maior base naval do regime de Bashar al-Assad.

Na segunda semana do novo poder, terminaram as celebrações pela queda do regime, e voltaram as preocupações com a sobrevivência diária. Os funcionários públicos estão sem salário e há filas nas caixas multibanco.

Esta quarta-feira, o grupo de Defesa Civil conhecido como os Capacetes Brancos, encontrou outras dezenas de corpos nos arredores de Damasco.

Estavam nas instalações de uma milícia pró-iraniana. A descoberta macabra é a última das descobertas feitas nos últimos dias, de valas comuns localizadas com milhares de vítimas, nos arredores da capital.

Nos encontros com os líderes da coligação rebelde, o enviado da ONU apelou à preservação das provas dos crimes. Para o futuro, pediu eleições livres e justas, terminada a transição.

Na nova ordem síria, a ONU mantém a condenação à ocupação israelita dos Montes Golã, em clara violação das resoluções internacionais.

Em desafio às críticas, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, visitou as tropas destacadas no Monte Hermon.

Não era pisado por soldados israelitas há 50 anos. Do pico mais alto da Síria, que tem dois mil e oitocentos metros de altitude, e fica a 40 quilómetros de Damasco, os militares podem controlar as incursões de drones do Hezbollah, ou anular outras ameaças.

Noutra frente de guerra na região, Israel mantém os bombardeamentos e a ocupação na Faixa de Gaza. Desmente um cessar-fogo iminente com o Hamas que inclua a libertação dos reféns israelitas capturados em outubro de 2023.

As conversações sobre eventuais tréguas foram reatadas nas últimas horas, com o diretor da CIA e um enviado de Donald Trump.

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