Bashar al-Assad quebrou o silêncio e falou pela primeira vez desde a queda do regme. O Presidente deposto garante que não quis fugir da Síria, mas que acabou por ser retirado de forma "imediata" pela Rússia e está agora exilado em Moscovo com a família. Num comunicado no Telegram, Bashar al-Assad considera que a Síria está nas mãos de terroristas. O jornal The New York Times avança esta manhã que os rebeldes apelam ao levantamento das sanções para que se possa restabelecer e construir o país.
Na opinião de Ricardo Alexandre, para assegurar uma a uma transição pacífica, há vários pontos a ter em conta:
"Um deles será a forma como são tratados os grupos minoritários no país, desde logo os curdos.
Vai ser importante perceber isso. Embora, sendo este um grupo patrocinado apoiado pela Turquia, creio que não é de ter grandes expetativas em relação a isso. Sabemos que ainda há uma presença militar americana no país, com cerca de 900 soldados na base de Al-Tanf, no Sudeste do país. (...) Como Donald Trump dizia e bem, a Turquia vai ter um papel muito decisivo no futuro da Síria, certamente pelo que temos visto nos últimos tempos, não há propriamente garantias para os curdos. Depois, é preciso ver as outras as outras minorias do país".
Para que se chegue a um Governo representativo de todas essas minorias, vai ser preciso encontrar soluções.
“Creio que ainda é prematuro. Resta saber também com a situação militar vai evoluir. Vai evoluir O HTS, Organização de Libertação do Levante de Mohammed al-Jolani, não governa todo o país, muito Longe disso está a governar Damasco e algumas das principais cidades, como Alepo e Homs, mas há uma parte vasta do território que é disputada por vários grupos”.
"Recordo que ainda há presença do próprio Daesh do Estado Islâmico dentro da Síria e, portanto, vai ser preciso dar tempo ao tempo", sublinha Ricardo Alexandre e acrescenta ainda que vai ser preciso perceber qual é o papel dos outros atores externos, seja a Turquia, seja Israel, seja a Rússia.
"A Rússia ainda está a negociar com este grupo que tomou conta do poder em Damasco, a retirada das suas bases e, portanto, muito dificilmente quem estiver no poder da Síria terá autonomia para governar sozinho", conclui o comentador da SIC.