Guerra na Síria

"O Matadouro": na prisão de Sednaya milhares de sírios continuam à procura de familiares

Dezenas de milhares de sírios continuam à procura dos familiares desaparecidos, alguns detidos há uma década pelo regime que agora ruiu. Também conhecida como o "matadouro", prisão de Sednaya, nos arredores de Damasco é agora local de macabra peregrinação em busca de sinais dos milhares de familiares desaparecidos.

Miguel Franco de Andrade

Sednaya é uma das maiores prisões dos arredores de Damasco. O complexo prisional de tal forma associado à tortura, ao terror e à morte que perto de um dos portões foi pintado o nome pelo qual é conhecido pela população: o matadouro. 

Desde a chegada das tropas rebeldes a Damasco que a libertação dos milhares prisioneiros de Sednaya foi uma prioridade. familiares continuam à procura de pistas dos desaparecidos.

Três dias depois da libertação de Sednaya, familiares continuam à procura de pistas dos desaparecidos. Desesperados, vasculham todo e qualquer canto, documento ou indício, muitas vezes sem sucesso.

Nos últimos dias, por entre a multidão surgem também antigos prisioneiros que confirmam a práticas de tortura e execução dos detidos. Os Estados Unidos revelaram em 2017 a existência de um crematório na prisão.

A declaração por parte do líder do principal grupo rebelde de que não haverá amnistia para quem torturou e assassinou detidos nas prisões sírias, serve de pouco consolo para quem não encontra rastos familiares. 

A situação dos direitos humanos na Síria tem sido denunciada continuamente por  organizações internacionais há mais de uma década.

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