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Do incêndios à lei da nacionalidade: como foram os primeiro 100 dias do segundo Governo de Montenegro

Incêndios, fecho de urgência, quebra de impostos, reprivatização da TAP, leis da nacionalidade e dos estrangeiros, revisão da disciplina de cidadania e reforma das leis laborais. Eis o balanço breve dos primeiros 100 dias do segundo Governo de Luís Montenegro, o primeiro-ministro que ainda não se livrou do fantasma Spinum Viva.

Pedro Coelho

Daniel Fernandes

Quando este governo tomou posse, a Procuradoria Geral da República já tinha anunciado a averiguação preventiva à Spinumviva - a empresa familiar de Luís Montenegro - há 85 dias. Passaram, entretanto, os primeiros 100 dias de Governo e nem sinal de desfecho. 

Entretanto, a 31 de agosto, no dia em que garantiu não ter impedido o acesso público à matriz de 55 imóveis de que é proprietário, Montenegro voltou atrás, tendo confessado que afinal pediu à entidade da transparência para ocultar dados sobre seis dos imóveis, alegando razões de segurança

"Os órgãos de comunicação social e o país têm todo o direito a fazer todas as perguntas sobre quem é escolhido pelos portugueses para os representar. Têm de avaliar as respostas, têm de aceitar quando as respostas não são aquilo que o perguntador estava a querer levar a história. (...) Muitas vezes não gostam da resposta, podem insistir", disse o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, no programa da SIC Notícias Facto Político. 

As declarações públicas do líder do Governo ou dos diversos ministros até podem ter perguntas dos jornalistas, mas, ao longo dos 100 dias, raramente tiveram respostas. O silêncio da ministra da administração promovido pelo inferno das chamas é uma das marcas destes 100 dias de governo. 

Na festa do pontal - com boa parte do interior do país a arder- Montenegro criticou a opção das televisões de repartirem o ecrã entre o discurso e as chamas. Este ano arderam 222 mil hectares de floresta e matos.

Nestes 100 dias, Montenegro veio a público assumir a reprivatização de 49% da TAP, anunciou a reforma das leis laborais, resguardou a ministra da saúde, emparedada entre a crise do INEM e o fecho de 636 dias de urgências em seis meses.

Mas o Governo também decidiu rever o programa da disciplina de cidadania, fez aprovar a lei da nacionalidade e a lei de estrangeiros e criou a unidade nacional de estrangeiros e fronteiras, aproximando-se das bandeiras do Chega.

E, finalmente, a notícia que promete deixar os portugueses mais pobres menos constrangidos. “Baixámos impostos: IRS 500 milhões e IRC e foi dado um complemento de pensões até às pensões até cerca de 1500 euros”, afirmou Leitão Amaro. 

Faltam 30 dias para as eleições autárquicas.

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