A ministra da Juventude e Modernização garante que o Governo não queria ir a eleições. Esta terça-feira, em entrevista à SIC Notícias, Margarida Balseiro Lopes esclareceu a posição do Executivo de Luís Montenegro depois de ter sido chumbada a moção de confiança no Parlamento.
"Nós não queríamos eleições, essa é a primeira mensagem que é importante deixar clara", afirmou a ministra, sublinhando que o Governo depende do Parlamento, uma vez que não tem maioria absoluta.
Margarida Balseiro Lopes referiu que, nos últimos tempos, surgiram "dúvidas legítimas" sobre a empresa Spinumviva e que o Governo procurou dar os esclarecimentos nos debates das duas moções de censura - entretanto chumbadas -, em respostas por escrito e numa entrevista de Luís Montenegro, que só aconteceu ontem, segunda-feira, na TVI.
"Continua a haver, em particular por parte do PS, a ideia de que o primeiro-ministro não deu todas as explicações", apontou.
Sobre as propostas apresentadas hoje ao Partido Socialista durante o debate da moção de confiança, a ministra disse que o Governo se tentou aproximar da posição dos socialistas. Na sessão parlamentar, o Executivo propôs à bancada de Pedro Nuno Santos diferentes durações para a comissão parlamentar de inquérito (CPI). A primeira proposta era de 15 dias e a última até maio (mais de 60 dias). O Partido Socialista, que apontava para os 90 dias, não aceitou que o "escrutinado", neste caso, Luís Montenegro, definisse em que termos decorreria a CPI. Margarida Balseiro Lopes explicou o porquê do Governo não querer a CPI.
"Uma coisa é fazermos este trabalho até final de maio, outra coisa é aquilo que o PS quer: ficar até março [de 2026] num clima de degradação do Governo", declarou a ministra.
Margarida Balseiro Lopes garantiu que "o primeiro-ministro não violou o regime de exclusividade e não participou em nenhuma decisão" relacionada com o grupo Solverde.
A avaliação mais importante, segundo defendeu Margarida Balseiro Lopes, será feita pelos portugueses nas eleições.
"Se avaliarem positivamente o trabalho feito neste ano, o resultado será a vitória nas eleições. É nesse cenário que estamos a trabalhar", concluiu.