Confirma-se que ainda antes de partir para Inglaterra para a coroação do rei Carlos III, o Presidente Marcelo vai falar aos portugueses. A declaração ao país esta marcada para as 20:00 desta quinta-feira.
O Presidente da República prometeu e hoje cumprirá a promessa de falar sobre a situação política do país, mais concretamente sobre a não exoneração do ministro João Galamba decidida por António Costa na noite da última terça-feira e com a qual o chefe de Estado discordou.
Na curta nota, publicada no site da Presidência da República após o anúncio do primeiro-ministro, o chefe de Estado mencionou que ao apresentar o seu pedido de demissão João Galamba invocou "razões de peso relacionadas com a perceção dos cidadãos quanto às instituições políticas", mas o chefe do Governo "entendeu não o fazer, por uma questão de consciência, apesar da situação que considerou deplorável".
“O Presidente da República, que não pode exonerar um membro do Governo sem ser por proposta do Primeiro-Ministro, discorda da posição deste quanto à leitura política dos factos e quanto à percepção deles resultante por parte dos Portugueses, no que respeita ao prestígio das instituições que os regem”, referia a nota.
Recorde-se que, nos últimos dias, o ministro das Infraestruturas esteve envolvido numa polémica com o seu ex-adjunto Frederico Pinheiro, que demitiu no passado dia 26 de abri. Em causa estão “notas” tomadas por Frederico Pinheiro sobre uma reunião por videoconferência com a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, e elementos do grupo parlamentar do PS, na véspera da sua audição na Comissão de Economia da Assembleia da República.
O caso envolveu ainda denúncias contra Frederico Pinheiro por violência física no Ministério das Infraestruturas e furto de um computador portátil, depois de ter sido demitido, e a polémica aumentou quando foi noticiada a intervenção do Serviço de Informações e Segurança (SIS) na recuperação do equipamento.
Perante esta “novela” pública, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a comentar quer os relatos de violência dentro do Ministério da Infraestruturas, quer o recurso ao SIS e as versões contraditórias de João Galamba e do ex-adjunto sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a TAP.
Ainda assim, classificou desde logo como “sensível” o caso e, noticiou o semanário Expresso na manhã antes do encontro em São Bento entre Costa e Galamba, que Marcelo esperava que o primeiro-ministro demitisse João Galamba. O que, como sabemos, não aconteceu.
[Notícia atualizada às 12:45]