Governo

"Ping-pong entre Presidente e primeiro-ministro é incompreensível e mau demais"

Pedro Santana Lopes analisa a crise política instaurada no país e os conflitos entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, deixando uma sugestão.

SIC Notícias

O ex-primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, diz que não entende a decisão de António Costa de manter João Galamba no Governo e diz que a tensão entre o primeiro-ministro e o Presidente da República é "má para o país". O atual presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz sugere ainda que a "bomba atómica" tem de terminar.

Pedro Santana Lopes aponta que o Governo tem tido um conjunto de situações que têm agravado a crise política desde que conquistou a maioria absoluta. A par com isto, reforça que existe um "ping-pong entre o Presidente e o primeiro-ministro, que é incompreensível e mau demais".

Tendo em conta os últimos desenvolvimentos políticos, Santana Lopes defende que "António Costa quis encostar o Presidente da República à parede" quando, pressionado pelo chefe de Estado para demitir Galamba, opta por manter o ministro no Governo.

"Portugal tem que se ver ao espelho, tem que olhar e ver onde é que isto está mal. Não podemos continuar a vida com um Presidente e um primeiro-ministro à guerra", defende.

Santana Lopes esclarece que na origem da crise política estão as constantes declarações do Presidente da República, que acabam por pressionar a governação, e os "casos e casinhos do Governo".

O atual autarca da Figueira da Foz sugere que o Parlamento deve fazer uma revisão constitucional e termine com a "bomba atómica".

"Portugal vive há 40 anos nesta dialética Belém-São Bento, neste semipresidencialismo absolutamente inédito e insólito", aponta o ex-primeiro-ministro.

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