Ricardo Salgado, que pediu para ser dispensado, começou, esta terça-feira, a ser julgado num novo processo, desta vez, o chamado caso BES Brasil. O antigo banqueiro pediu para ser dispensado.
Muito se fala no problema dos megaprocessos, mas a opção de fatiar em inquéritos mais pequenos não é menos complicado.
Que o diga Ricardo Salgado, que, nesta altura, está a ser julgado em três processos ao mesmo tempo, todos relacionados com a derrocada do BES.
O processo principal, que começou em outubro, o do BESA, que teve início no princípiodo mês, e, esta terça-feira, no chamado BES Brasil. A defesa do antigo banqueiro queixa-se da sobreposição de datas:
"Esta defesa está a combater uma Justiça de arrastão, que, como aqui vemos, retira o direito do arguido, querendo, estar presente, ao mesmo tempo que desvaloriza a doença que o impede de estar presente", disse, em comunicado, Francisco Proença de Carvalho, advogado do ex-banqueiro.
Tem sido a grande luta da defesa - afastar Ricardo Salgado de todos os julgamentos, por causa da doença de alzheimer. ~
Os outros sete arguidos
Para além de Salgado, neste processo BES Brasil estão a ser julgados outros sete arguidos, entre os quais João Alexandre Silva, ex-diretor do BES Madeira, Humberto Coelho, antigo funcionário de uma filial do Grupo Espírito Santo no Dubai e dois advogados - Miguel Caetano de Freitas e a mulher Sofia Almeida Ribeiro.
As suspeitas estão relacionadas com financiamentos através de linhas de crédito, que chegou a envolver o antigo vice-presidente do Banco do Brasil e fornecedores da petrolífera venezuelana.
A acusação diz que os arguidos terão obtido vantagens económicas superiores a 12 milhões de euros, fora os três julgamentos ligados à queda do BES.
Ricardo Salgado está também a um mês e meio de começar a ser julgado ao lado de José Sócrates no megaprocesso da Operação Marquês e, esta semana, ficou a saber que perdeu o último recurso num caso onde está condenado a oito anos de cadeia.