Queda do BES

Advogado de Ricardo Salgado acusa Ricciardi de trair família com quem partilhou "uma vida pessoal e profissional"

À saída do quarto dia de julgamento do processo BES/GES, o advogado de Ricardo Salgado disse que José Maria Ricciardi traiu a família no testemunho que deu.

SIC Notícias

O advogado de Ricardo Salgado, no julgamento do processo BES/GES, acusou José Maria Ricciardi de ter traído a família de Ricardo Salgado. Este foi o segundo dia de depoimento do ex-presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI).

"Estas pessoas foram parceiras, para além de serem uma família conviveram e viveram um negócio comum durante décadas. Partilharam reuniões, partilharam tudo e mais alguma coisa. Partilharam uma vida pessoal e profissional", começa por referir o advogado Francisco Proença de Carvalho, mandatário de Ricardo Salgado.
"Eu acho que é um bocado trair essa vida profissional e pessoal ao estar aqui a tentar desprezá-la", acrescenta.

Durante a sessão desta sexta-feira, José Maria Ricciardi disse que Ricardo Salgado, de quem é primo direito, tentou comprar-lhe o silêncio quanto à alegada falsificação das contas da ESI (principal holding do GES).

A tentativa de suborno ao ex-presidente do BESI terá ocorrido pouco antes da resolução do BES, quando já tinham sido detetadas imparidades no Grupo e Ricciardi já tinha reunido com o Governador do Banco de Portugal.

José Maria Ricciardi, testemunha do processo pelo Ministério Público, considerou que o banco "era sólido" e lamentou que não tivessem sido concedidos "quatro ou cinco mil milhões" de euros.

"O BES era um banco sólido. Se o BES tivesse ficado cá e não se tivessem posto a fazer resoluções, o BES estava cá. Por isso é que ponho as culpas no Banco de Portugal. Se não se tivesse feito a resolução e se tivesse emprestado quatro ou cinco mil milhões, o BES tinha sobrevivido e hoje era um banco ótimo", referiu.

Para o ex-presidente do BES, a forma de condução da resolução foi "patética e custou uma fortuna aos contribuintes e aos lesados", lamentando que se tenha avançado para uma "saída limpa" do programa de resgate financeiro então em aplicação em Portugal e que não se tenha pegado "em quatro ou cinco milhões mil para dar a um banco".

Com Lusa

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