Com as saídas em 2016, o Novo Banco "está quase no cumprimento dos objetivos já definidos para junho, que seriam de reduzir até 1.500 pessoas", afirmou António Ramalho hoje na apresentação de contas, acrescentando que, "com os programas de rescisões voluntárias e de reformas induzidas que foram realizadas e anunciadas há cerca de três meses e que já hoje têm uma adesão de 268 pessoas", a meta vai ser ultrapassada.
No ano passado, relativamente a novembro de 2015 - a data de referência para efeitos dos compromissos assumidos com a DGCom [Direção Geral da Concorrência da Comissão Europeia] , o número de colaboradores do Novo Banco reduziu-se em 1.312 (incluindo as atividades em descontinuação) face ao objetivo estabelecido da redução de 1.000 a 31 de dezembro de 2016, quando atingiu os 6.096 colaboradores.
O mesmo responsável afirmou ainda que, ao nível da rede de distribuição, esta evoluiu para 537 balcões em 2016, ou seja, uma redução de 116 unidades. O objetivo era diminuir para 550. Estas metas de corte de trabalhadores e de reduções de balcões foram exigidos por Bruxelas no no âmbito do Plano de Reestruturação do banco.
O Novo Banco anunciou hoje que teve prejuízos de 788,3 milhões de euros em 2016, o que compara com o resultado consolidado negativo de 929,5 milhões de euros registado em 2015.
O banco que resultou da resolução do Banco Espírito Santo (BES) justificou os resultados com o "elevado nível de provisionamento" feito no ano passado, que atingiu os 1.374,7 milhões de euros.
A maior parte das provisões foram para crédito problemático, no valor de 672,6 milhões de euros.Já o resultado operacional do grupo Novo Banco foi positivo em 386,6 milhões de euros, acima dos 125 milhões de euros de 2015, sublinhou a instituição, que considera que este resultado é "demonstrativo da [sua] capacidade de geração de receitas".
A venda do Novo Banco ao fundo de investimento norte-americano Lone Star foi anunciada em 31 de março pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, em conferência de imprensa, tendo sido explicada horas mais tarde pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro das Finanças, Mário Centeno.
No mesmo dia foi assinado o contrato de promessa de compra e venda entre o Fundo de Resolução e a Lone Star, para a alienação de 75% do Novo Banco, mantendo o Fundo de Resolução 25%.
O grupo norte-americano vai realizar injeções de capital no montante total de mil milhões de euros, dos quais 750 milhões de euros logo no fecho da operação e 250 milhões de euros até 2020.
Lusa