Queda do BES

Bancos propõem financiar Fundo de Resolução em 635 milhões, reduzindo dinheiro do Estado 

Os bancos portugueses propuseram esta terça-feira financiar  em 635 milhões de euros o Fundo de Resolução para capitalizar o Novo Banco,  o que permitirá reduzir o montante proveniente do dinheiro da 'troika' para  3,9 mil milhões de euros. 

Lusa
MARIO CRUZ

Segundo disse à Lusa fonte do setor financeiro, "os bancos admitem proceder  a um financiamento no montante de 635 milhões de euros ao Fundo de Resolução"  e já fizeram essa proposta aquela entidade, que é gerida pelo Banco de Portugal.

Isto, afirmou a mesma fonte, permitirá reduzir o "empréstimo sem risco  de 4,4 mil milhões de euros do Estado, proveniente do fundo de recapitalização,  para 3,9 mil milhões de euros". 

Com esta proposta, os bancos esperam que o Novo Banco tenha condições  para ser alienado mais rapidamente e que "o Fundo de Resolução possa recuperar  ao máximo do capital que entrou agora no novo banco", disse a mesma fonte.

O Banco de Portugal tomou controlo do BES domingo passado e anunciou  a separação da instituição num banco mau ('bad bank'), que concentra os  ativos e passivos tóxicos, e num 'banco bom', o chamado Novo Banco, que  reúne os ativos e passivos não problemáticos, como será o caso dos depósitos,  e que receberá uma capitalização de 4,9 mil milhões de euros do Fundo de  Resolução bancário. 

O Fundo de Resolução foi criado em 2012 para intervir financeiramente  em bancos em dificuldades, aplicando as medidas determinadas pelo Banco  de Portugal. O fundo é financiado pelas contribuições regulares dos mais  de 80 bancos com atividade em Portugal e por contribuições extraordinárias  em caso de crise num banco em particular. No entanto, como este fundo é recente, ainda não está suficientemente  dotado.  

Assim, dos 4,9 mil milhões de euros com que o fundo vai capitalizar  o Novo Banco, a parcela mais significativa terá de vir do dinheiro da 'troika'  para o setor financeiro, através de um empréstimo com um juro que começa  em 2,95%. 

Inicialmente, estava previsto que do dinheiro da 'troika' fossem colocados  4,4 mil milhões de euros no fundo de resolução, que se juntariam aos 367  milhões de euros que o fundo já tem, a que seria acrescentada uma contribuição  extraordinária dos bancos do sistema de 133 milhões de euros. 

Se a proposta dos bancos for agora aceite pelo Banco de Portugal e pelo  Governo, os bancos financiam o fundo de resolução com 635 milhões de euros,  que se juntam aos 367 milhões de euros que já existem no fundo, perfazendo  cerca de mil milhões de euros. Assim, o dinheiro do Estado que vai para  o fundo reduz-se para 3,9 mil milhões de euros. 

     

Lusa

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