"Na medida em que a descrição de alguns dos contributos para esses resultados (relativos ao primeiro semestre) parece indiciar a existência de eventuais violações de normas legais, tais indícios irão ser devidamente investigados e, se for o caso, comunicados às autoridades competentes para os fins legalmente previstos", lê-se num comunicado ao mercado de Vítor Bento.
Num documento estruturado em diversos pontos, o gestor sublinhou que os prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros se ficam a dever a "eventos extraordinários não recorrentes", já que, no que toca à atividade corrente, o BES teria registado um resultado líquido negativo de 255,4 milhões de euros.
"A extensão destes números não pode ser ignorada e requer ações decisivas para construir um futuro de longo prazo", afirmou o gestor.
Daí, além de anunciar que vai avançar imediatamente com um aumento de capital, Vítor Bento revelou também que a nova equipa de gestão "já iniciou a preparação de um Plano Estratégico de Restruturação do banco visando a sua adequação à nova realidade do negócio bancário, nomeadamente em Portugal".
Este plano prevê ainda "uma avaliação exaustiva dos ativos que seja possível alienar, nomeadamente, mas não só, associados a algumas presenças internacionais que não sejam estratégicas", informou.
O responsável assegurou que "as potenciais alienações serão feitas tendo também em conta a maximização do valor do banco para os seus 'stakeholders'", realçando que "será sempre salvaguardada a eficácia e a qualidade do serviço a que o BES acostumou os seus clientes e que o destaca como um prestador de serviços bancários de elevada qualidade".
E concluiu: "Em suma, apesar de serem tempos difíceis para os 'stakeholders', estamos totalmente focados em empreender os passos necessários para obter a viabilidade e rentabilidade do BES reafirmando-o como uma referência no futuro".
O BES apresentou hoje os piores resultados semestrais de sempre, assumindo um prejuízo de 3,6 mil milhões de euros entre janeiro e junho.
Lusa