Queda do BES

Espírito Santo Financial Group pede gestão controlada no Luxemburgo

A Espírito Santo Financial Group (ESFG) apresentou  um pedido de gestão controlado aos tribunais do Luxemburgo por "não estar  em condições de cumprir as suas obrigações" relacionadas com dívidas, informou  a empresa. 

Num comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários  (CMVM), a ESFG adianta que o pedido se deve ao facto de "não estar em condições  de cumprir as suas obrigações no âmbito do programa do papel comercial,  nem as obrigações relacionadas com as suas dívidas". 

A ESFG, 'holding' financeira do grupo Espírito Santo, é a terceira empresa  da família a fazer um pedido de gestão controlada ao abrigo da lei luxemburguesa,  depois da Rioforte e da Espírito Santo International (ESI).  

A ESFG sublinha, no comunicado hoje enviado à CMVM, que a gestão controlada  "é possível em situações em que existem perspetivas para os negócios da  empresa que se encontra temporariamente em dificuldades e seja incapaz de  cumprir as suas obrigações, de modo a permitir a sua reestruturação".  

O objetivo do procedimento é "facilitar uma alienação faseada dos seus  ativos servindo melhor os interesses de todos os credores". Todos os procedimentos e atos, "mesmo os iniciados por credores privilegiados  (incluindo credores com garantias e penhoras)" ficam suspensos até à decisão  dos tribunais luxemburgueses. 

Na quarta-feira, a ESFG tinha solicitado que se mantivesse a suspensão  das suas ações até poder avaliar com mais precisão o impacto da sua exposição  ao grupo homónimo (GES).  

A 03 de julho, a ESFG informou que a sua exposição total ao Grupo GES  era de 2,35 mil milhões de euros, mas admitiu que os pedidos de gestão controlada  da ESI e da Rioforte poderiam "ter um impacto negativo na ESFG e subsidiárias  que têm exposição ao Grupo GES", requisitando por isso que as ações se mantivessem  suspensas. 

No dia 18 de julho, a Espírito Santo International informou que se candidatou  ao regime de gestão controlada no Luxemburgo por não estar "em condições  de cumprir as suas obrigações", no que respeita ao pagamento das dívidas.

A ESI é a 'holding' de topo do GES e detém 100% da Rioforte, que controla  participações financeiras e não financeiras, designadamente nas áreas de  imobiliário, turismo, agricultura, saúde e energia.  

Através da Rioforte, a ESI detém uma participação indireta (49%) na  Espírito Santo Financial Group S.A (ESFG) que gere os interesses do Grupo  no setor financeiro, nomeadamente no Banco Espírito Santo (BES) em Portugal  e na Tranquilidade. 

Quatro dias depois, em 22 de julho, a Rioforte Investments apresentou  um pedido de sujeição ao regime de gestão controlada ao abrigo da lei luxemburguesa.

 

     

 

Lusa

Últimas