No seu primeiro encontro desde o início do assalto israelita a Gaza em 08 de julho, os dois responsáveis também apelaram a Israel para terminar com o prolongado bloqueio imposto à Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.
Abbas e Meshaal, que no início de junho anunciaram um governo de "unidade nacional" palestiniano que pôs termo a sete anos de divergências, assinalaram a necessidade de "terminar com a agressão israelita e levantar o bloqueio", precisou Saeb Erakat, o negociador-chefe dos palestinianos.
Azzam al-Ahmed, um alto responsável da Fatah, o partido de Abbas, deverá deslocar-se ao Egito, que na semana passada propôs um plano de cessar-fogo apoiado pela Liga Árabe mas rejeitado pelo Hamas.
Segundo Al-Ahmed, "foi decidido que deve ser declarado inicialmente o cessar-fogo, e prosseguiremos as discussões com o Egito e com todos os representantes regionais e internacionais até cristalizarmos o conteúdo de um acordo final de paz".
"O Hamas e o Abbas concordaram que todas as fações palestinianas deverão trabalhar como um equipa em direção ao cessar-fogo", sublinhou em declarações à agência noticiosa AFP.
O chefe da ONU, Ban Ki-moon, chegou hoje ao Cairo, onde também é esperado ao início da noite o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, John Kerry, e quando se intensificam os esforços para terminar com o mais recente e sangrento conflito no pequeno enclave palestiniano, com cerca de 1,5 milhões de habitantes.
Na semana passada o Hamas recusou uma proposta de cessar-fogo egípcia, ao exigir em simultâneo a libertação de centenas de detidos palestinianos das prisões israelitas, a reabertura do posto fronteiriço de Rafah com o Egito e o fim do bloqueio do Estado judaico a Gaza.
A ofensiva militar israelita em Gaza, justificada pela necessidade de destruir as infraestruturas logísticas dos grupos armados palestinianos e terminar com os disparos de 'rockets', já provocou cerca de 530 mortos e mais 3.000 feridos, na maioria civis.
Do lado israelita, as baixas são sobretudo nas fileiras do exército, com 25 soldados mortos desde o início da ofensiva terrestre. Dois civis também foram mortalmente atingidos pelos disparos de 'rockets' palestinianos sobre Israel.
Lusa