Perceber como resulta um festival montado em apenas 48 horas era a expectativa para o primeiro dia da 26.a edição do Super Bock Super Rock. Para alguns, o festival no Meco tinha mais encanto, mas todos compreendem o revés causado pela situação de contingência.
Há, no entanto, quem tenha vindo ao festival sem sequer saber da mudança de local. É o caso de duas amigas australianas, que chegaram ontem a Portugal.
Com bonés brilhantes que compraram em Veneza e roupas a combinar mostraram-se surpreendidas com a “normalidade” dos portugueses. E não foi só o estilo simples dos festivaleiros que as espantou: os nomes dos cabeças de cartaz que passam esta quinta, sexta e sábado pelo palco da Altice Arena também foram alvo de admiração. “Flume em Portugal!? Não sabíamos. Chegamos ontem à noite e isto é épico. Adoramos as pessoas daqui”.
Broke e a amiga vieram a Portugal assistir ao concerto dos amigos, os Cosmo’s Midnight, que abrem amanhã o palco principal. Hoje, ficaram a conhecer os Metronomy, que actuaram no palco Super Bock, e aproveitaram para ver o concerto do músico norte-americano Leon Bridges.
O cantor de soul trouxe também Ricardo e Raquel até ao Super Bock Super Rock, dois repetentes do festival. Já “tiveram boas e más experiências”, inclusive no Meco, mas esta noite vieram porque era perto - são de Lisboa.
Há, no entanto, quem tenha comprado bilhete para o regresso do festival à herdade do Cabeço da Flauta. “Comprámos o bilhete e queríamos muito ir ao Meco”, mas ver A$ap Rocky era a missão maior de Frederico, Prudêncio e Tiago Gomes.
O festival fica perto de casa, mas o “ambiente não é o mesmo”. “Viemos a um concerto, não a um festival. Está pouca gente, mas entendemos. Tiveram de correr atrás do prejuízo, foram corajosos”.
Frederico, Prudêncio e Tiago não foram os únicos a destacar o trabalho da promotora do festival. “Respeito quem fez isto”, começou por dizer Gerson, de Lisboa, enquanto tirava fotografias com as amigas no exterior do recinto.
“Não ficamos tristes, antes pelo contrário”, disse à SIC Notícias, sublinhando que a prioridade era proteger as pessoas e a floresta.
Acompanhado pela amiga de longa data, Maria João, confessou no entanto que o festival na “Altice Arena perde o encanto”, “mas haja espírito”, continuou.
Por sua vez, Maria João contou que não é a primeira vez que vê um festival mudar de local. Aconteceu-lhe o mesmo no VOA, em 2019.
Gerson e Maria João iam acampar se o festival fosse no Meco, mas mudaram de planos uma vez que estão mais perto de casa. Hoje vieram ver A$ap Rocky e no sábado estão cá para ver Mayra Andrade.