Facto Político

Paulo Núncio: “O governo não está a contar a história toda sobre o IRS”

Agora vice-presidente de um CDS fora do Parlamento, Paulo Núncio ocupou o cargo de Secretário de Estado das Finanças num governo que promoveu um “enorme aumento de impostos”. Oito anos depois de ter começado a governação socialista, critica a estratégia de contas certas de António Costa e lembra que não é um “cristão novo de contas públicas equilibradas”

Diogo Teixeira Pereira

António Costa tem usado a descida do IRS como uma das bandeiras da proposta de Orçamento do Estado que viu aprovada esta semana na Assembleia da República pela maioria absoluta, mas Paulo Núncio denuncia uma história mal contada: “Em 2022 houve um agravamento de 550 milhões de euros pelo facto de o governo ter decidido não atualizar os escalões à taxa de inflação”, explica acrescentando que “esse efeito manteve-se em 2023”.

De acordo com as contas do antigo Secretário de Estado do governo de Passos Coelho, o valor do corte agora proposto para o próximo ano “nem sequer compensa o agravamento que as famílias portuguesas sofreram” depois do início da guerra na Ucrânia.

O vice-presidente do CDS junta-se assim ao coro de críticos à direita que acusam o governo de não apresentar “qualquer estratégia em termos de desenvolvimento”, apesar das contas certas. No entender de Paulo Núncio este é um documento que “reforça o empobrecimento”, tem previsões de crescimento “modestas” e “se as contas estiverem corretas o próximo país a ultrapassar Portugal é a Roménia”.

Apesar de tudo garante que nunca vai “dizer mal de contas públicas equilibradas” e socorre-se do currículo ministerial: “Fiz parte de um governo que salvou o país da bancarrota”. Mas aproveita para deixar farpas aos “cristãos-novos que até há pouco tempo diziam haver mais vida para além do défice e elogiavam as políticas despesistas do Tsipras e do Varoufakis”.


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