O cabeça de lista da CDU às eleições europeias disse esta terça-feira esperar que a visita do Presidente da Ucrânia a Portugal permita ao Governo "clarificar e afirmar a sua disponibilidade" para uma solução diplomática que trave a guerra.
"Espero que esta visita possa constituir uma oportunidade para que o Governo português possa clarificar e afirmar a sua disponibilidade e a sua perspetiva de intervenção política e diplomática para que se encontre uma urgente solução que trave a guerra", afirmou João Oliveira.
O candidato às eleições europeias falava aos jornalistas na estação ferroviária de Algueirão Mem-Martins, no concelho de Sintra, antes de apanhar um comboio para a Reboleira, na Amadora.
Para o cabeça de lista da CDU, do que o povo ucraniano precisa, assim como todos os povos a nível internacional, é de uma "solução de paz para a Ucrânia e de uma solução de segurança coletiva para toda a Europa".
Questionado sobre como é que encara o acordo de cooperação que deverá ser hoje assinado entre o Governo português e a Ucrânia, e que inclui assistência humanitária, financeira, militar e política, João Oliveira respondeu que, nos últimos dias, se tem ouvido falar em "F-16, mais armas e mais capacidades militares".
"Tudo isso contribui para a continuação da guerra e para a utilização do povo ucraniano como carne para canhão e para a afirmação de uma perspetiva de escalada, onde já se fala inclusivamente na utilização de armas para atacar o território", afirmou.
O candidato criticou quem está a "falar com uma ligeireza e com um grau de irresponsabilidade absoluta a propósito da guerra, como se não se estivesse a falar do envolvimento de países com capacidade nuclear em confronto".
Uma aposta a sério na ferrovia
O cabeça de lista da CDU defendeu que Portugal deve voltar a produzir comboios e investir mais na ferrovia, criticando as regras orçamentais europeias que "servem para cumprir o défice, mas não para responder à população".
João Oliveira abordou ainda o desinvestimento na ferrovia e criticar as "restrições orçamentais" da União Europeia, que considerou impedirem o país de reforçar a sua aposta nos transportes públicos.
O candidato aproveitou a ocasião para distribuir folhetos da CDU à maioria dos utentes que esperavam pelo mesmo comboio que ele e que, na generalidade, se queixaram dos atrasos diários que sofrem na linha de Sintra.
João Oliveira defendeu que é necessária "uma outra abordagem" na política ferroviária, considerando "inadmissível que se continue a cortar o investimento público para cumprir as metas orçamentais europeias".