10 de julho de 2016, Stade de France, Paris. Portugal conquistava o primeiro e, até agora, único Europeu de futebol da sua história. Nesse dia, 23 futebolistas escreveram uma página histórica e inédita no futebol português.
Mas passados oito anos por onde andam esses campeões europeus? Uns já penduraram as botas, outros ainda estão para as curvas e alguns não conseguiram corresponder ao esperado.
Com o Euro 2024 à porta, fazemos um antes e depois dos heróis nacionais que viraram comendadores da Ordem de Mérito após o feito conseguido em França.
Rui Patrício
Uma das peças fundamentais na conquista do Euro 2016, o guarda-redes natural de Marrazes ainda jogou mais duas temporadas pelo Sporting, antes de se transferir em 2018 para os ingleses do Wolverhampton.
Em 2024, com 36 anos, está em final de contrato com os italianos da Roma, clube que representa desde 2021.
Bruno Alves
Depois de disputar apenas um jogo na fase final daquele Europeu, o defesa central rumou à Sardenha para representar o Cagliari por uma temporada.
Com passagens ainda pelos escoceses do Rangers e os italianos do Parma, terminou a carreira em 2022, aos 40 anos, ao serviço dos gregos do Apollon Smyrnis.
Depois de pendurar as chuteiras, Bruno Alves assumiu o cargo de diretor desportivo do AEK Atenas, clube que alinhou na temporada 2004/05.
Pepe
Outra das figuras portuguesas na competição. Depois da conquista em Saint-Denis, o luso-brasileiro jogou mais um ano no Real Madrid, conquistando a sua terceira Liga dos Campeões. De seguida rumou à Turquia, onde representou o Besiktas durante uma temporada e meia, antes de voltar ao seu FC Porto.
Desde janeiro de 2019 na Invicta, Pepe, agora com 41 anos, é o patrão da defesa portista, mostrando que velhos são os trapos.
José Fonte
Com quatro encontros disputados em França, Fonte ganhou o lugar no 'onze' depois da lesão de Ricardo Carvalho, tendo continuado no eixo da defesa lusa na Taça das Confederações no ano seguinte e no Mundial 2018. Foi convocado para o Euro 2020 mas nunca saiu do banco de suplentes.
Em 2024, depois de uma temporada no Sporting de Braga, o defesa central de 40 anos deixou o clube minhoto, ficando a incerteza sobre um possível final de carreira.
Raphael Guerreiro
Importante na caminhada em terras gaulesas, o lateral esquerdo mudou-se do Lorient para o Borussia Dortmund, tendo sido aposta regular apesar das várias lesões que têm vindo a assombrar a sua carreira.
Na temporada 2023/24 reforçou o gigante Bayern Munique a custo zero. Apesar de ter feito parte da qualificação e de marcar presença em todas as fases finais desde 2016, falha o Euro 2024 devido a uma lesão no tornozelo.
Ricardo Carvalho
O jogador português mais velho naquele Campeonato da Europa, tendo sido titular nos três jogos da fase de grupos. Depois do triunfo em França ainda jogou uma temporada nos chineses do Shanghai Port, terminando a carreira de futebolista aos 39 anos.
Em 2019 tornou-se treinador adjunto de André Villas-Boas nos franceses do Marselha, durante duas temporadas. Em 2023 voltou à Seleção Nacional, sendo um dos elementos da equipa técnica de Roberto Martínez.
Cristiano Ronaldo
A maior figura da "Equipa das Quinas" no Euro 2016. Depois de ter estado na final perdida de 2004, o craque português vingou a tragédia grega, apesar de ter saído lesionado aos 25 minutos.
Oito anos mais tarde, agora com 39 anos, o capitão já não está no Real Madrid. Passou por Itália, regressou a Manchester e agora é a figura máxima dos sauditas do Al Nassr.
João Moutinho
Um dos mais utilizados por Fernando Santos no Euro 2016, o médio protagonizou um dos momentos mais marcantes quando Cristiano Ronaldo lhe pediu para assumir a marcação de uma das grandes penalidades frente à Polónia.
Em 2024, com 37 anos, é um dos maestros no meio-campo do Sporting de Braga, tendo renovado recentemente com o clube minhoto até junho de 2025.
Éder
A figura improvável da final frente à França. De pino a herói. O remate fora de área aos 109 minutos deu o primeiro troféu europeu de seleções seniores a Portugal. Depois do feito em França, ainda alinhou uma temporada pelo Lille mas em 2018 mudou-se de malas e bagagens para a Rússia para representar o Lokomotiv de Moscovo.
Em 2022, terminou a carreira de futebolista aos 34 anos com a camisola dos sauditas do Al Raed. Atualmente é embaixador da seleção portuguesa, nomeado pela Federação Portuguesa de Futebol.
João Mário
Depois de uma excelente temporada pelo Sporting de Jorge Jesus, o médio alinhou nos sete jogos de Portugal no Euro 2016. No fim da competição, mudou-se para Milão para representar o Inter sem muito sucesso, passando por sucessivos empréstimos até encontrar a estabilidade em Lisboa.
Em junho de 2023, renunciou à Seleção Nacional na véspera de Roberto Martínez anunciar os convocados para os jogos com Bósnia-Herzegovina e Islândia.
Em 2024, foi um dos mais utilizados por Roger Schmidt no Benfica, o maior rival do Sporting, clube que o formou como futebolista.
Vieirinha
O versátil lateral direito jogou os três jogos da fase de grupos da competição, antes de dar lugar a Cédric Soares. Depois da conquista do título europeu nunca mais voltou a ser chamado à Seleção Nacional.
Aos 38 anos, é o capitão dos gregos do PAOK, tendo vencido o campeonato daquele país nas temporadas 2018-19 e 2023-24.
Anthony Lopes
Um dos poucos que não foram utilizados por Fernando Santos na competição. Em 2019, pediu para não voltar a ser chamado, alegando questões familiares.
Na última temporada terá vivido o pior fase da carreira, em que o seu Lyon esteve abaixo das expectativas, com exibições desapontantes na Liga francesa.
Danilo Pereira
Peça importante na segunda metade da competição, assumiu o papel de patrão do meio-campo quer na seleção, que no FC Porto após a conquista do Euro 2016. Deixou os 'dragões' em 2020 para rumar precisamente a França para representar o Paris Saint-Germain.
Em oito anos muita coisa mudou e para Danilo foi a posição no terreno de jogo. O luso-guineense recuou e desempenha tanto no clube parisiense como na seleção a posição de defesa central. Aos 32 anos vai para o seu terceiro Europeu.
William Carvalho
Outro dos médios mais utilizados em 2016. Marcou presença ainda no Euro 2020 e nos Mundiais de 2018 e 2022. Não marca presença numa convocatória da "Equipa das Quinas" desde o Campeonato do Mundo no Qatar.
André Gomes
Decisivo nos primeiros jogos da fase de grupos, teve vários minutos de jogo naquela competição, à exceção da final em que não saiu do banco. No verão de 2016 rumou ao Barcelona mas não teve muito sucesso com a camisola blaugrana.
Está em final de contrato com os ingleses Everton e uma mudança de ares está em cima da mesa. Várias lesões graves impediram-no de alcançar patamares mais altos.
Renato Sanches
O "benjamim" do grupo. Com 18 anos e com uma vontade de agarrar o mundo valeram-lhe o prémio de melhor jogador jovem do torneio. Acabou por deixar o Benfica nesse ano e rumar ao gigante alemão Bayern Munique.
Em 2024 encontra-se emprestado à Roma pelo Paris Saint-Germain. Com 26 anos, tem sofrido bastante com lesões musculares que o levam a falhar vários jogos nos últimos anos.
Nani
Participou em sete jogos e apontou três golos, tendo sido o melhor marcador da Seleção Nacional na prova.
Em 2024, com 37 anos, está sem clube após terminar contrato com os turcos do Adana Demirspor.
Rafa Silva
Jogou um minuto na competição, no segundo jogo frente à Islândia. Foi o suficiente para se sagrar campeão europeu e receber o grau de comendador da Ordem de Mérito.
Depois de oito temporadas no Benfica, o jogador de 31 anos terminou contrato com as águias, sendo um jogador livre.
Eliseu
Lateral esquerdo multifunções, disputou duas partidas na competição. Foi um dos reis da festa quando regressaram a Portugal.
Terminou a carreira no final da temporada 2017/18 ao serviço do Benfica. Desde então aparece em alguns eventos do clube encarnado e nas festas do título nacional com a sua icónica Vespa.
Ricardo Quaresma
O "abre-latas da Seleção". Foi peça fundamental na equipa a partir do banco, resolvendo alguns jogos. No Mundial 2018, fez a última aparição de quinas ao peito.
Em 2024, com 40 anos, diz que pretende terminar a carreira dentro de campo. Está sem clube desde que abandonou o Vitória de Guimarães no final da temporada 2021/22.
Cédric Soares
Agarrou o lugar na lateral direita a partir dos oitavos de final frente à Croácia, sendo titular igualmente no Mundial da Rússia.
Depois de quatro temporadas no Arsenal, o defesa de 32 anos deixou o emblema londrino e está à procura de um novo desafio na carreira.
Eduardo
Tal como Anthony Lopes, foi um dos poucos jogadores que não foram utilizados na prova, dada a posição agarrada por Rui Patrício.
Terminou a carreira em 2020 ao serviço do seu Sporting de Braga e assumiu de seguida o cargo de treinador de guarda-redes da equipa principal dos bracarenses.
Adrien Silva
Utilizado regularmente na segunda fase da prova o médio defensivo representou ainda a "Equipa das Quinas" na Taça das Confederações no ano seguinte e esteve presente no Mundial de 2018.
Depois de passagens por clubes como Leicester, Mónaco ou Sampdoria, o futebolista de 35 anos, jogou a segunda metade da última temporada no Rio Ave.
Fernando Santos
"Já disse à minha família: só vou dia 11 para Portugal. Vou lá e vou ser recebido em festa". E foi. O primeiro e até agora a dar a Portugal um título internacional de seleções de seniores. Depois da conquista do Euro 2016, a "Equipa das Quinas" conquistou a primeira edição da Liga das Nações sob o seu leme em 2019.
Saiu da Seleção Nacional após o Mundial 2022, sob alguma polémica com Cristiano Ronaldo. Em janeiro de 2023 assumiu a seleção da Polónia, tendo abandonado o cargo ao final de oito meses. Em janeiro deste ano foi apresentado como o novo treinador dos turcos do Besiktas, ficando em Istambul até abril, após seis jogos sem vencer.