O governo do Norte de Gaza, em particular, tem estado sob cerco e sujeito a bombardeamentos e ataques horríveis. Ao mesmo tempo, quase nenhuma ajuda humanitária conseguiu entrar no Norte e as pessoas ficaram sem acesso a cuidados de saúde, uma vez que até os hospitais estiveram sitiados e sujeitos a incursões. Na clínica da Médicos Sem Fronteiras (MSF) na Cidade de Gaza, pacientes que conseguiram escapar ao horror contam o que viveram durante o cerco.
Mustafa Hassan Abu Hamada vivía com a família no campo de Jabalia, no Norte de Gaza, durante o recente cerco brutal imposto pelo exército israelita, que deixou toda a cidade destruída e matou e feriu inúmeros civis, incluindo trabalhadores humanitários da MSF.
“As pessoas que iam à nossa frente tentaram escapar pelo cruzamento de Al-Awda, mas dispararam contra elas. Tivemos de voltar para trás. Dissemos ‘Deixem-nos morrer nas nossas casas.’ Prefiro morrer na minha casa do que ser deslocado”, conta Mustafa. “A destruição é inimaginável, catastrófica, é como se uma bomba nuclear tivesse atingido a zona. É uma imagem que não é possível descrever.”
- Cuidados de saúde sob ocupação: um sufoco para quem vive em Hebron, uma "prisão a céu aberto"
- "Estamos arrasados”: profissionais de saúde em Gaza vivem sob medo, stress e ansiedade constantes