Os efeitos da política anti-imigração de Donald Trump sentiram-se poucos minutos depois de Trump ter assinado o decreto que declara o estado de emergência nacional na fronteira a sul, com o México.
Milhares de pessoas que já tinham agendado reuniões com os serviços de migração para pedirem asilo viram as datas canceladas imediatamente.
Fugiram à fome, às perseguições políticas, aos desastres naturais e à pobreza em busca de uma vida melhor nos Estados Unidos onde, muitos já têm família e amigos.
Nídia veio da Venezuela, só com a roupa que traz no corpo e um pequeno saco com alguns pertences. Já tinha marcada a reunião com os serviços de Alfândega e Proteção de Fronteiras para pedir asilo, ou seja, para entrar legalmente no país. Mas, como tantos outros, poucos minutos, depois da tomada de posse de Donald Trump recebeu uma mensagem na aplicação a dizer que a reunião tinha sido cancelada.
Um dos muitos decretos que Trump assinou, assim que voltou à Casa Branca, foi decretar o estado de emergência nacional na fronteira a sul, com o México.
O resultado é a suspensão imediata dos processos de análise de pedidos de visto que já estavam a decorrer e o desespero de milhares de pessoas.
Governo de Biden foi o que mais pessoas repatriou
É certo que a vida dos migrantes que aspiram a entrar nos Estados Unidos vai ser ainda mais complicada a partir de agora.
Mas a verdade é que as deportações já estão a decorrer há vários anos e o governo de Joe Biden foi mesmo o que mais pessoas repatriou nas últimas décadas.
Nas últimas horas, chegaram centenas de migrantes ao aeroporto da capital da Guatemala, repatriados para o país de origem, ao abrigo de um acordo entre Washington e as autoridades locais.
Foi o primeiro de cinco aviões que vão chegar até ao final desta semana.
Só no ano passado, os Estados Unidos repatriaram mais de 61 mil guatemaltecos.